Placa evoca início da Guerra Peninsular em Óbidos

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Situada numa propriedade privada, assinala o acontecimento e o local dos primeiros combates

“Soldados ingleses e franceses iniciaram a Guerra Peninsular aqui, resultando nos primeiros mortos e feridos entre estes combatentes. Forças inglesas do 60th e 95th “Riflemen” sob o comando do General “Iron Duke” Arthur Wellesley, contra o Deuxième Légère, sob o comando do General Henri Delaborde”. Este é o conteúdo da placa identificativa do Combate de Óbidos, travado a 15 de agosto de 1808, que foi descerrada na tarde de segunda-feira, numa residência particular, junto à Ponte do Mocharro, que o proprietário e historiadores acreditam que possa ter estado no centro dos acontecimentos.
“Acredito que o combate aconteceu mesmo em frente a esta casa e há documentos que o mostram, pois falam de um monte próximo e de uma casa com cave, que corresponde a esta”, explicou à Gazeta o proprietário, João Franco, antigo professor de História nos Estados Unidos.
De acordo com o historiador do Arquivo Municipal, João Tormenta, a 15 de agosto de 1808 dá-se o primeiro encontro entre as tropas inglesas e francesas, entre o Bairro da Senhora da Luz e o moinho de Óbidos. o tiroteio aconteceu há 240 anos, no dia em que Napoleão Bonaparte assinalava, também, o seu aniversário e o seu general, Junot, preparava-se para assistir a um concerto em Lisboa. O historiador estudou, juntamente com Ricardo Pereira, a coleção da Casa das Gaeiras, dedicada à temática e, entre os documentos recolhidos por Frederico Ferreira Pinto Bastos que atestam a presença das tropas, está um mapa das despesas, feito em vacas, vinho, pão, arroz, azeite e remédios, com os doentes franceses que entraram no Hospital Real das Caldas, de 28 de dezembro de 1807 a 15 de maio de 1808, ou a relação das despesas extraordinárias com os curativos dessa mesma tropa. Ricardo Pereira explicou que o então provedor do Hospital Real das Caldas era António Gomes da Silva Pinheiro, o proprietário da Casa das Gaeiras, e que este foi “obrigado a acolher a tropa francesa na altura”. O historiador, que juntamente com João Pedro Tormenta, estudou toda a coleção, defendeu que, dada a sua importância e qualidade, esta “merece ser exposta e ter um museu na vila de Óbidos”.
A proposta foi escutada pelo presidente da Câmara, Filipe Daniel, que partilhou a intensão do executivo em criar um centro interpretativo, onde a História possa ser dada a conhecer, com “alguma dinâmica”, recorrendo às novas tecnologias, e que possa também atrair historiadores e investigadores a Óbidos. ■

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