António Calvete, presidente do grupo GPS assumiu a direcção do Colégio Rainha D. Leonor, na sequência do pedido de demissão apresentado no passado dia 2 de Setembro por Paula Rente, anterior directora. Não foi possível apurar quais as causas que levaram à saída de Paula Rente, nem se Calvete irá assumir a gestão provisória ou definitiva do colégio, uma vez que a escola não respondeu em tempo útil às perguntas colocadas pela Gazeta das Caldas. Contudo, sabe-se que a saída da directora não foi pacífica.
Já em Janeiro deste ano, Tânia Galeão, que fazia parte da direcção do colégio, demitiu-se tendo assumido funções no Instituto Educativo do Juncal (Alcobaça).
O agora director, António Calvete, para além de ser o presidente do grupo GPS, foi deputado do PS e membro da comissão parlamentar de Educação da Assembleia da República durante o governo de Guterres. Antes havia sido presidente de Junta de Freguesia do Louriçal, também pelo PS.
O GPS é uma sociedade anónima constituída em 2003 a partir de um grupo de educação que já detinha sete escolas no centro do país. A holding, que para além dos estabelecimentos de ensino, inclui supermercados, seguradoras, agências de viagens e imobiliárias, foi criada em 2005 na mesma altura em que foram construídos os dois colégios nas Caldas (Colégio Rainha D. Leonor e Frei S. Cristóvão em A-dos-Francos).
Mas a ligação entre o poder político e o grupo GPS não se cinge ao seu presidente, estendendo-se a ex-secretários de Estado e ex-directores regionais de educação – quer do PS, quer do PSD – que integram o grupo.
Em 2012 uma reportagem da TVI alertava para o facto de não serem cumpridas as regras que permitiam a celebração dos contratos de associação. Estes contratos fixam que o Ministério da Educação paga aos colégios as despesas de frequência dos seus alunos. Desta forma, o ensino nestas escolas não tem custos para os estudantes tal como se frequentassem o ensino público.
Mas para serem celebrados têm um requisito: que não exista na zona oferta pública ou que esta esteja saturada. Contudo a reportagem mostrava, com factos e provas, que havia um encaminhamento de turmas das escolas públicas para os colégios privados, pagos pelo dinheiro dos contribuintes.
Algum tempo depois desta reportagem, o grupo GPS foi alvo de buscas da PJ por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. Além da sede, no Louriçal, foram realizadas buscas nos dois colégios do concelho caldense e também nos de Mafra e da Batalha, para além de domicílios e sociedades dos responsáveis do grupo.