Os vereadores do PSD de Peniche enviaram uma carta ao Ministério da Administração Interna afirmando que “o Estado não pode continuar a falhar em Peniche!”, no seguimento “da recente e crescente onda de assaltos violentos no concelho, que tem gerado grande preocupação”. Mas a PSP revela números que não justificam este alarmismo.
Os sociais-democratas referem que colocaram questões sobre segurança nas reuniões de Câmara dos últimos meses, mas que não obtiveram resposta, o que os levou a decidir escrever ao ministro para lhe dar a conhecer o que consideram “o sentimento de revolta da população que diariamente conhece situações de assaltos à mão armada, espancamentos de pessoas indefesas e queixas de ausência da polícia”. Os vereadores referem mesmo que “estamos no Oeste, mas não queremos ser um novo faroeste, onde há notícia de tiros e de assaltos violentos todos os dias”.
Através da mesma fonte, dizem que o efectivo chegou a ser de 70 elementos e hoje é inferior a 40 agentes.
Contactada a PSP, esta refere, num e-mail enviado à Gazeta das Caldas, que “a criminalidade violenta ou grave teve em 2018 apenas mais dois casos do que em 2017 e no crime de roubo só mais uma ocorrência”.
Esclarece ainda a polícia que em 2018, e face ao ano anterior, houve uma diminuição de 9,2% nos furtos, especialmente nos furtos em residência com arrombamento (menos 30%).
A mesma fonte oficial da PSP diz que nem em 2018, nem em 2017, houve um único roubo com violência em residências em Peniche e que ocorreu “uma situação agora no início de 2019”. Uma situação grave, que poderá ter levado o PSD a enviar a carta.
Quanto ao número de agentes, a PSP explica que, apesar de o mapa de efectivos de Peniche, de 1988, prever um total de 65 elementos, “esse mapa nunca foi completado”. O efectivo era de 47 agentes em 2005, 45 em 2010 e ronda actualmente os 40, “estando prevista a chegada de mais dois no próximo mês”. Esclarece a PSP que “este efectivo é o normal em esquadras em cidades com a dimensão de Peniche”.