
O terreno ao lado da esquadra da PSP que actualmente é usado para estacionamento irá receber um novo piso de alcatrão e sinalização horizontal. Esta a forma encontrada para pôr fim ao estacionamento selvagem que ali se verifica: como não há lugares marcados, cada um estaciona onde quer. Carros na fila central bloqueados pelos das laterais são a principal fonte de queixas, mas a PSP diz que não pode fazer nada porque não há sinalização.
No espaço que tem sido usado para estacionamento junto à esquadra da PSP a única lei é a do bom senso. Isto porque não há sinalização que delimite os estacionamentos ou indique o sentido do trânsito.
No parque há uma zona, a sul, que é a principal fonte de queixas dos utilizadores, porque ali se criam três filas de carros estacionados (deixando assim a fila do meio bloqueada).
Conforme explicou à Gazeta das Caldas o comandante da Divisão da PSP de Caldas da Rainha, Ricardo Ferreira, como não há marcas rodoviárias, a PSP não tem legitimidade para proceder ao reboque das viaturas.
“É a marcação que vai disciplinar o que será o estacionamento no local e é em função dessa marcação que temos legitimidade para efectuar autuações”, disse o mesmo responsável.
Salientando que esta situação é uma preocupação da PSP, Ricardo Ferreira fez notar que existe uma alternativa próxima, na parte superior da esquadra, que é um “espaço de estacionamento bastante grande onde é possível estacionar sem esses constrangimentos” e que “tendencialmente é menos utilizado que este”.
O mesmo responsável diz que “nem sempre é fácil perceber quais são os sentidos de circulação” tanto para peões como para condutores (de automóveis ou outros) mas que nem por isso tem havido reclamações das pessoas na PSP.
Por parte da Câmara das Caldas está a ser preparado um concurso para alcatroamento e desenho de lugares naquele espaço. Serão 280 lugares de estacionamento, dos quais nove para pessoas portadoras de deficiência e cinco para autocarros, numa empreitada avaliada em 70 mil euros. Segundo o gabinete de imprensa da autarquia, “esta intervenção resolverá, em grande medida, os problemas apontados”.
VEÍCULOS ABANDONADOS
Mas além do estacionamento caótico, há também o mau aspecto provocado pelos veículos em estado de degradação, que parecem abandonados, mas que, na verdade, apenas estão apreendidos pela PSP ao abrigo de processos crime.
Ricardo Ferreira reconhece que “visualmente assemelham-se em tudo a veículos em estado de abandono na via pública” e que deveriam estar guardados em instalações policiais, mas como não existe espaço de parqueamento livre no interior da esquadra, foi criada esta solução.
“Não nos agrada, não é uma imagem positiva”, admite o comandante, esclarecendo que pretendem, assim que autorizados, remover as viaturas. “Se dependesse de nós os veículos já não lá estavam”, garantiu.
ARRUMADORES IDENTIFICADOS
Em relação aos arrumadores, Ricardo Ferreira afirmou que a intervenção da PSP em 2016 “tem sido sem precedentes”, tendo “aumentado exponencialmente o número de notificações e identificação das pessoas que estão a desenvolver esse tipo de actividade”. Com estas notificações pretendem referenciá-los e conhecê-los para posteriormente poderem ser encaminhados para instituições de reabilitação.
Mostrando-se consciente e preocupado com esta situação, defendeu que este “é um assunto que deve estar presente no contexto de Caldas da Rainha” e fez notar que “esta é uma situação que não é exclusivamente resolvida pela PSP pois exige uma intervenção mais ampla”.