Rio Maior volta a unir gerações em torno da gastronomia regional

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Milhares de pessoas passaram pelo certame de Rio Maior

Comer bem e beber bem. Foi esta a ordem dada aos milhares de visitantes que entre os dias 2 e 11 de Março visitaram a 27ª edição das Tasquinhas de Rio Maior.
Na festa que foi conquistando ‘clientes’ fiéis ao longo dos anos, a gastronomia é rainha. Pelas mesas das tasquinhas, mais ou menos típicas, multiplicam-se os chouriços e morcelas assadas, as moelas, o pão regional, os pratos de bacalhau com migas ou batata assada, a tão tradicional tiborna e as queixadas de porco, estufadas ou assadas no forno, entre muitos outros petiscos. E como manda a lei, tudo muito bem regado com o vinho saído das adegas das várias localidades representadas na feira.
A animar as refeições, a boa disposição das ‘bandinhas’ que vão passando a tocar marchas, fazendo com que muito poucos resistam a bater o pé. As tunas académicas e a animação de quem já há muitos anos dá algum do seu tempo para ajudar as colectividades que não dispensam marcar presença nesta festa também contribuem para o bom ambiente que se vive no Pavilhão Multiusos de Rio Maior.

O aspecto rústico das tasquinhas cria o cenário ideal para os visitantes se deliciarem com a comida regional

A autarquia de Rio Maior não arrisca um número de visitantes nesta edição. Quem lá esteve durante toda a feira garante que os fins-de-semana foram muito bons, mas os dias úteis ficaram aquém das expectativas, mesmo apesar da entrada livre de segunda a quinta-feira. E ainda que vão longe os tempos em que a feira tinha centenas e centenas de pessoas todos os dias, os habitués garantem que “continua a valer a pena, nem que seja pelo convívio”.
Com a comida no centro das atenções, as Tasquinhas de Rio Maior contaram com diversas demonstrações de cozinha ao vivo, fruto de uma parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste. E apesar deste ser um certame que dá extrema importância ao bom garfo, os hábitos saudáveis não foram esquecidos, podendo os visitantes fazer diversos rastreios de saúde.
Mas nem só de boa comida se faz a festa em Rio Maior. Quem passa pelo Pavilhão Multiusos em dia de tasquinhas pode fazer conta com bancas de artesanato, stands onde se vendem produtos de limpeza e colchões quase milagrosos, artesanato, produtos regionais, artigos em pele, ceras especiais para engraxar qualquer tipo de calçado.
As quinquilharias também não faltam, tal como os óculos e malas ‘de marca’ e até um grupo da zona dos Andes a tocar flauta de pan (que há uns anos eram frequência quase obrigatória em qualquer certame) animava as hostes. Para os mais jovens, a zona dos bares foi garante de animação musical bem regada, numa festa que tem conseguido atrair visitantes de várias gerações.
Mesmo em tempos de crise, as Tasquinhas de Rio Maior querem afirmar-se como a festa de todo o concelho e dos arredores e prometem estar de volta em 2013, sempre por volta dos primeiros dias de Março.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

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Das Caldas para Rio Maior

A cutelaria tradicional

Esta foi a primeira vez que a cutelaria artesanal Lombo do Ferreiro esteve presente no certame. Ao nosso jornal, Elise Constantino admitiu que “esperava mais gente” e que a feira estava a ficar “um bocadinho aquém das expectativas”.
Oriunda da localidade das Relvas, freguesia de Santa Catarina, a marca que reúne diversos cuteleiros aposta sobretudo na cutelaria artesanal. “Somos os verdadeiros representantes do canivete português”, afiança Elise Constatino. Mas na sua banca podiam também comprar-se os famosos canivetes suíços.
Às facas juntavam-se outros produtos com características regionais. “Trazemos também a tradição da chita de Alcobaça, do escocês da Nazaré, aliados à cortiça, em malas e outros artigos de pequenas dimensões, como bolsas ou porta-chaves”, explicou. E “tudo feito de forma artesanal”, garante.

A ginja de Óbidos

Para Cristina Jambas, da Chocolicor Caldas da Rainha, a presença na 27ª edição das Tasquinhas de Rio Maior esteve longe de ser uma estreia. “Este já deve ser o quinto ou sexto ano consecutivo que fazemos as tasquinhas”, diz, ao mesmo tempo que acrescenta estar “a correr bem”.
Na banca da empresa localizada na Zona Industrial das Caldas da Rainha, a tradicional Ginja de Óbidos era a maior atracção, mas havia ainda outros licores que os visitantes podiam beber na hora ou levar para case, devidamente engarrafados.
As expectativas, “idênticas às do ano passado, foram alcançadas”. Cristina Jambas realça apenas que a segunda e terça-feira foram “dias péssimos porque não andava aqui ninguém”. Mesmo assim, diz que foi boa a decisão da autarquia em cobrar entradas apenas entre sexta-feira e domingo. Os restantes dias foram “equilibrados, dentro do que costumam ser as tasquinhas”.

J.F.

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