Simulacro de atacante ativo em escola encerrou o mês da Proteção Civil

0
255
Suposto atacante fez várias vítimas antes de ser detido
- publicidade -

Ao longo do mês realizaram-se quatro simulacros: sismo, incêndio, queda em falésia e este

O cenário de um atacante ativo na Escola D. João II, na manhã do dia 30 de março, foi o simulacro que encerrou o Caldex’23, o evento promovido ao longo do mês de março pelo Serviço Municipal de Proteção Civil das Caldas e que contou com várias ações. Este foi “o primeiro exercício a nível nacional deste género”, salientou Gui Caldas, coordenador daquele serviço.
O objetivo é treinar procedimentos e ensinar a agir em cada situação, para que, no caso de acontecer na realidade, a operacionalidade ser maior e mais eficaz. Por outro lado, além de demonstrar a rapidez de resposta, traz benefícios como o facto de colocar todas as entidades a trabalhar em conjunto e a pensar sobre estes temas e na melhor forma de agir em cada cenário.
Neste caso, no cenário de um atacante ativo numa escola, “é importante para treinar o pessoal docente e não docente, os discentes, para se protegerem, para se barricarem, desligarem telemóveis e tomarem medidas de proteção”. É que, num caso destes, o objetivo seria fazer o máximo de vítimas, no menor tempo de espaço possível. “Afastarem-se de janelas e evitar barulhos, porque o atacante procura sons”.
Gui Caldas realça que esta “não é uma preocupação, mas existe essa possibilidade”, nota, explicando que tinham planeado esta ação mais de um mês antes do caso do atacante na comunidade ismaili em Lisboa.
“Os exercícios são bons para treinar os planos, que obedecem às instruções e normas, mas na prática permite corrigir”, realça o coordenador do serviço.
Ao longo do ano estão previstos mais simulacros, por exemplo, a queda de aeronaves, até porque nos encontramos num corredor aéreo. “Temos muita situação para explorar”, fez notar.
Esta ação foi organizada em parceria com a Polícia de Segurança Pública (que sugeriu este cenário), que fez a parte ativa do simulacro, na detenção do atacante. Depois entraram em campo a VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), os Bombeiros das Caldas e a Cruz Vermelha. A ação contou ainda com uma série de observadores (como a Guarda Nacional Republicana, o Exército Português, entre outras).
O subintendente da PSP, Hugo Marado, comandante da divisão policial, foi o atacante ativo e, no final, realçou que esta é uma “situação importante porque o passado recente na Europa, nos Estados Unidos da América e não só, faz-nos considerar este tipo de situações prioritárias, numa perspetiva de educação e formação cívica e cidadania”.
Num caso destes, se a ameaça estiver longe, “devem fugir para local seguro, caso contrário devem então proteger-se”, explicou, notando que devem barricar-se e evitar fazer sons, bem como alertar a força policial.
Já Marta Sousa, psicóloga da Cruz Vermelha, revelou que houve registo de “três alunos que entraram numa situação de ansiedade por terem interpretado isto como algo real ou ter recordado episódios”. A psicóloga explicou que “foram devidamente estabilizados por nós e pela equipa de psicologia da escola” e salientou que é um “alerta para a fragilidade da saúde mental no pós-covid e da importância destes simulacros para precaver e sensibilizar os alunos”.

Um mês dedicado ao tema
Ao longo do mês realizaram-se quatro ações no concelho relacionadas com a proteção civil. Foram quatro simulacros de diferentes tipos de acidentes graves ou catástrofes.
A primeira ação do Caldex’23 foi um simulacro de um sismo na Infancoop, logo no primeiro dia do mês, o dia mundial da proteção civil.
Seguiu-se, na tarde do dia 16, o simulacro de um incêndio no edifício dos Produtos Regionais, junto ao Mercado do Peixe, com recurso a auto-escada dos bombeiros. Dois dias depois, no dia 18, a Foz do Arelho foi o palco da ação, que simulava uma queda e resgate em falésia, junto ao passadiço. ■

- publicidade -