Toda a energia necessária para as Tasquinhas funcionarem é produzida no próprio local, através dos cerca de 600 painéis fotovoltaicos instalados no telhado da Expoeste, que fornece energia eléctrica ao funcionamento do evento.
Outra melhoria: este ano já há ventiladores de ar forçado que tornam o ambiente mais fresco. A situação ainda não é perfeita, mas está previsto para o ano o reforço desses ventiladores.
A Festa de Verão da Expotur foi inaugurada no dia 4 de Agosto e só encerra no dia 15.
Os 600 painéis fotovoltaicos que foram instalados há cerca de dois anos no telhado da Expoeste (através de uma parceria entre a Expoeste e uma empresa) suportam a festa em termos energéticos. Começaram a funcionar no último ano e permitem produzir anualmente cerca de 50 mil euros de energia (a preços correntes).
Nos primeiros dias do evento, em certas zonas, sentiu-se uma maior ventilação do espaço, mas regra geral o recinto esteve quente devido a uma avaria do novo sistema de ar forçado que foi depois reparada.
António Marques, director executivo da Expoeste, esclareceu que este ano houve uma experiência para diminuir a temperatura através de dois distribuidores de ar forçado (o ar condicionado aqui é uma opção praticamente inviável).
“Ainda lá não estamos, mas já fizemos um esforço para pelo menos nos momentos de pico baixar a temperatura”, realçou.
O director da Expoeste disse que no próximo ano vão ser instalados mais quatro distribuidores de ar forçado.
Contudo, estes aparelhos limitam-se a injectar ar do exterior para dentro do pavilhão. Se estiver muito calor (o que não tem sido o caso este ano), estes equipamentos de pouco servem. É necessário complementá-los com um sistema de arrefecimento do ar para que haja garantias de arrefecer o maior restaurante da região.
Quanto à velha promessa, que já vem desde 2014, de construir 20 cozinhas fixas na Expoeste, António Marques diz que para o ano é que vai ser. Cada uma terá seis por três metros e constituirão um equipamento permanente à realização das Tasquinhas.
Nesta edição houve ainda uma distribuição do som pelo pavilhão, para não se concentrar todo em frente ao palco.
António Marques afirmou que esta “é a animação mais barata per capita que se faz em Portugal”, estimando que as tasquinhas tenham “um valor acrescentado directo a rondar um milhão de euros”, ainda que indirectamente, em 12 dias, movimentem perto de três milhões de euros.
Receitas decisivas para as colectividades
Este ano existem 21 tasquinhas, mais duas que em 2016. A Casa do Benfica das Caldas, que há muitos anos não participava, procurou recriar a sua sede na Expoeste, com mesas vermelhas e cadeiras pretas. Há uma Ementa Gloriosa que inclui escalopes à Luisão, bacalhau dourado à tetra ou feijoada de chocos à Eusébio.
Hugo Feliciano, presidente da associação, disse à Gazeta das Caldas que a feira estava a correr bem e que a cada dia têm tido mais trabalho. Salientou a importância de uma “receita extra para continuar a melhorar a sede e para alavancar a época desportiva” que vai arrancar com quatro modalidades: setas, futebol de praia, futsal (novamente com equipa sénior) e patinagem artística.
A outra novidade desta edição foi o Centro de Apoio Social do Nadadouro que apresentou aquilo que a Lagoa de Óbidos tem de melhor: os chocos, berbigões e amêijoas. Este ano não se têm pescado enguias na Lagoa, que é um prato sempre muito apreciado nas tasquinhas.
Alice Gesteiro é a presidente da direcção do centro e também ela, ao fim de três dias, disse que estava “a correr bem”, revelando que o almoço de domingo “correu melhor do estávamos à espera”. Tal como Hugo Feliciano, falou da importância das tasquinhas para o funcionamento da associação, até porque estão a construir um lar.
Por oposição, há quem já participe nas tasquinhas desde a primeira edição, como Sérgio Pereira, presidente do rancho folclórico As Ceifeiras da Fanadia. “Houve uma grande evolução na prestação de serviços, porque não somos pessoas ligadas à restauração, mas fomos recebendo formação”, fez notar.
Nesta tasquinha a ementa é a mesma desde o primeiro ano. Sérgio Pereira considera que a afluência está ao nível dos últimos anos.
Já Marisa Susano, que é presidente da Associação Equestre Os Amigos do Pintas (que participa nas tasquinhas há seis anos) afirmou que, em termos de movimento, os três primeiros dias deste ano superaram os três primeiros do anterior. Os fundos angariados são usados para manter os cavalos e a associação.
Além do nome das receitas remeter para a actividade da associação, esta tasquinha apresentou uma novidade que fez sucesso: os shots cuja intensidade alcoólica é medida em ferraduras.
Comum a todas as colectividades, é o peso do evento nas contas, ainda que as percentagens sejam diferentes consoante os orçamentos. Isto porque além de não pagarem o espaço, é-lhes oferecido o gás, a água e tudo é preparado. Isto é importante, porque note-se que só em gás gastam-se em 12 dias cerca de dez mil euros.
O associativismo e o voluntariado ganham força nestes 12 dias. No total participam nesta edição 600 voluntários (regra geral, 400 em permanência).
“Deveria haver maior ventilação”
Anabela Rola, que vive em Grenoble (França) e tem uma casa na Foz do Arelho, disse que “as tasquinhas são fixes”. Costuma vir todos os anos com o marido e a filha “que gosta muito e quer sempre vir”.
Contudo, queixou-se do calor e notou que há certas zonas onde os cheiros são intensos, ainda que até goste dessa parte. “Deveria haver maior ventilação”, disse. A terminar destacou a mostra de artesanato, além da gastronómica.
Quem também não perde uma edição das tasquinhas é Fernando Batista, de Alfeizerão. Também ele vem em família, com a esposa e os filhos. Já depois de comer amêijoas na tasquinha do Caldas Sport Clube – que elogiou -, encontramo-lo a dar uma volta pela feira. Depois planeava ver o espectáculo de Ricardo e Henrique e seguir para casa.
Já Tinta Ferreira, presidente da Câmara, fez notar que este ano há um folheto que funciona como ementa porque tem os pratos de todas as associações.
“Queremos que a Festa de Verão continue a crescer, como tem acontecido, porque as pessoas sentem que existe um ambiente familiar”, afirmou o edil, acrescentando que, por estes dias, a Expoeste “é um ponto de encontro”.
O apoio camarário nesta edição é de 138 mil euros. “Sabemos que as colectividades, só ao nível de refeições, conseguem o dobro”, contou.
Orquestra do Monte Olivett no encerramento
A Festa de Verão continua até terça-feira, 15 de Agosto. Hoje actuam os Bric-a-Brac, amanhã os Salmoura e no domingo Ana Duarte. Os Terabytes sobem ao palco na segunda-feira, 14 de Agosto e a Orquestra Ligeira do Monte Olivett encerra o evento.
No sábado, no domingo e no feriado as portas abrem às 12h00 com almoços. A entrada é livre.
Um local de encontro anual
As tasquinhas nas Caldas são um ponto de encontro, de convívio e de exposição do que melhor aqui se faz em termos gastronómicos. Há quem prefira ir mais cedo, para evitar a confusão, e quem lá vá para ver caras conhecidas. E há quem fique para os espectáculos e quem só queira mesmo comer. As tasquinhas prestam-se a muitas opções.
Há grupos de amigos ou famílias que têm como tradição encontrar-se na Expoeste todos os anos e há turistas que descobrem a Festa de Verão por acaso. Há quem coma todos os anos na mesma tasquinha e quem a cada dia experimente uma diferente. E há, claro, os muitos emigrantes que vêm de férias no seu querido mês de Agosto.
Certo é que todos os dias os 10 mil metros quadrados da Expoeste têm estado repletos naquele que é o maior restaurante do Oeste (com 2400 lugares sentados).
Além das 21 tasquinhas gastronómicas, há mais de cem pavilhões de exposição. Entre os espaços das freguesias, associações e outras entidades, há locais de venda de artigos em cortiça, motas, artesanato, bijuteria, bordados das Caldas, azulejos, facas, vinhos, conservas, mel, licores, vinagre, cerâmica e antiguidades. Há crepes e doces conventuais, mas também há uma empresa de Estremoz com 50 variedades de frutos secos, caramelizados, salgados e fruta desidratada.
No meio do pavilhão há uma zona para os mais novos com matraquilhos, mesas de ping-pong e um espaço de demonstração de actividades, onde ora se joga hóquei, ora se esgrima. I.V.