A organização Safe Communities Portugal realizou um seminário no passado dia 12 de Outubro no auditório da Expoeste, no qual deu a conhecer o trabalho das forças de segurança a cerca de 70 pessoas da comunidade inglesa que reside na região. Os participantes também colocaram algumas questões e mostraram preocupação sobretudo com o trânsito e com os graffitis.
O seminário sobre segurança e criminalidade organizado pela Safe Communities Portugal deu a conhecer algumas das preocupações dos elementos da comunidade inglesa que reside no Oeste e o tema levantado mais vezes pelos participantes foi o trânsito.
Uma cidadã inglesa perguntou qual a forma correcta de circular nas rotundas, lamentando que “muitos portugueses não sabem andar na estrada”. Outra participante perguntou às autoridades se em Portugal é legal estacionar nas rotundas, porque, apesar de tal ser muito perigoso, observa-o muitas vezes. Deu como exemplo a rotunda da Fonte Luminosa, nas Caldas, onde há quase sempre automóveis estacionados. “Inclusivamente já vi viaturas da PSP e da GNR ali estacionadas”, acrescentou. A questão mereceu uma resposta curiosa do sub-comandante da PSP, Jorge Sousa, que disse ser absolutamente proibido estacionar em rotundas, mas, infelizmente, “para ver um carro mal estacionado basta sair à rua e não é possível multar todos”.
Outro tema abordado foi o dos grafitis. “São tão grandes que não levam só uma ou duas horas a fazer, por isso onde está a polícia que não os vê?”, questionou uma pessoa na plateia. Os representantes da GNR e da PSP responderam que é preciso haver uma denúncia para as forças de segurança agirem nestes casos, pelo que apelou a que a comunidade dê esse contributo. “Se alguém ligar a dizer que uma pessoa está a grafitar, essa chamada fica registada e tem que haver uma acção”, salientou Rui Pereira, relações públicas da GNR de Leiria.
UMA PONTE ENTRE ESTRANGEIROS E AUTORIDADE
O seminário da Safe Communities Portugal teve como finalidade apresentar esta organização que foi criada em 2012 no Algarve e que actua na prevenção do crime e na segurança para residentes e visitantes.
Uma das principais funções desta associação é fazer a ponte entre os residentes e os turistas estrangeiros e as forças de segurança nacionais, no sentido de quebrar a barreira linguística que muitas vezes existe.
Chris Stretton foi quem fez a apresentação desta associação que é composta por 12 pessoas que fizeram profissão na área da segurança. O próprio Chris Stretton integrou a Royal Air Force durante 25 anos e durante seis foi director da Organização para a Proibição de Armas Químicas da ONU e fez parte da equipa que recebeu o Prémio Nobel da Paz em Dezembro de 2013 após uma missão de seis anos na Síria.
Escolheu o Algarve para viver depois dessa missão por ser um país com elevados índices de segurança. “Portugal é um país seguro para se viver, não foi por acaso que o escolhi”, gracejou, realçando uma descida da criminalidade entre 2013 e 2016 de 24% a nível nacional e de 18% nas Caldas, acrescentou.
A associação, que tem um site disponível em várias línguas, aconselha estas pessoas sobre como ficar seguro em determinadas situações, alertando para perigos como os carteiristas, os alugueres fraudulentos, ou o cibercrime. E também como agir e quem contactar em caso de emergência.
Para elucidar ainda mais esta última questão, foram realizadas apresentações pela PSP, pela GNR, pelos bombeiros das Caldas e pela Polícia Marítima.
David Thomas, presidente da Safe Communities Portugal, ficou muito satisfeito com a adesão ao evento e com as apresentações feitas pelas forças da autoridade e acrescentou que esta foi a primeira acção realizada a norte de Lisboa. “Sinto que o evento atingiu o objectivo que foi criar maior consciência para o trabalho das várias forças da autoridade e de como a comunidade unida pode ajudar a manter Caldas da Rainha uma cidade segura para se viver e visitar”, referiu.
O responsável agradeceu a disponibilidade do presidente da Câmara, Tinta Ferreira, para abrir o seminário e também por tê-lo feito em inglês. O edil falou do orgulho que o concelho tem por ter sido escolha destas pessoas. Disse que o concelho não é problemático, mas que o município está atento aos problemas e mostrou abertura para receber as comunidades estrangeiras caso manifestem preocupação com os assuntos relacionados com segurança.