Um menu para amantes de queijo de cabra

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Gazeta das Caldas

IMG_3846Queijo de cabra, nozes e vinho do Porto, a combinação perfeita, foram as propostas dos finalistas de Cozinha e Pastelaria da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste no projecto Raízes.
A figura central foi o queijo de cabra, presente em todas as sugestões, desde a entrada à sobremesa, comprovando a polivalência deste produto. O leite de cabra tem menos gordura e é de mais fácil digestão que o de vaca, o que o torna indicado a quem não tolera o leite bovino.
Os queijos que resultam da cura deste leite são, contudo, por norma, de sabor mais intenso. Uma delícia para apreciadores de queijos, embora nem sempre bem tolerados para palatos mais… sensíveis.
Adolfo Henriques, da Maçussa, povoação do concelho da Azambuja, é produtor de queijo de cabra (o único em Portugal a produzir artesanalmente Chèvre, um queijo de denominação francesa de pasta mole envolto numa casca que apresenta bolor) e destaca o desenvolvimento que este produto tem tido na gastronomia portuguesa nas últimas quatro décadas. “Só era utilizado ao natural e como entrada ou saída”, recorda. Um conceito que evoluiu quando, há 30 anos, o chef Michel o apresentou frito num concurso promovido pelo jornal A Capital.
O produtor recorda também os tempos de dificuldade que estes queijos passaram devido à brucelose, uma vez que eram queijos produzidos com o leite em cru. “Hoje há uma série de procedimentos que garante a segurança dos produtos”, sublinhou.
O menu começou com uma tábua que apresentou o queijo de cabra em tipo fresco (o Chèvre da Maçussa), cremoso e envelhecido, equilibrado com os frutos secos, o doce de frutos vermelhos e um puré de beringela. A segunda apresentação foi um paté de aves em forma de Ferrero Rocher, envolto em chocolate e amendoim e com uma noz de queijo ao centro, acompanhado por um shot de puré de pera rocha e Vinho do Porto. No prato principal, um rosbife bem típico da gastronomia francesa enriquecido com o vinho generoso português, o queijo guarnecia um pimento padron. Para sobremesa, o Chèvre surgiu em forma de flã, com gelatina de citrinos e doce de abóbora.
Do Vinho do Porto, o representante foi Vasco Avilez, que regou o almoço com muitas interessantes e divertidas histórias à volta do vinho, de entre elas a que reza que o hábito de passar a garrafa de Porto para a esquerda nasceu com o Almirante inglês Nelson, amputado em batalha do seu braço direito.
Este que é o produto português mais referenciado no mundo, representa 17% da exportação de vinhos portugueses em volume, mas 50% em valor. França é o principal destino, onde o Porto é consumido principalmente como aperitivo e utilizado na culinária.  Como bebida de excelência os principais consumidores serão os norte-americanos.

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