A Comissão Cívica de Proteção das Linhas de Água e Ambiente alerta para o excesso de furos de consumo de água para a agricultura e o perigo de envenenamento da mesma, através do uso de pesticidas na zona entre o Campo e a Serra do Bouro.
De acordo com o porta-voz da comissão, Vítor Dinis, regista-se uma “concentração de hectares e hectares de explorações agrícolas, com um uso intensivo de pesticidas que podem levar ao envenenamento dos lençóis freáticos e contaminar as captações de água da autarquia”, também existentes naquela zona.
Em conferência de imprensa, Vítor Dinis referiu ainda que estes campos agrícolas levam ao consumo de “milhões de metros cúbicos de água para rega”, podendo originar a “falta de água para o abastecimento às populações”, sobretudo no verão. Para além disso, mostra-se preocupado com o “excesso” de corte de pinheiros e eucaliptos para aproveitamento agrícola, que poderá “colocar em causa a falta de qualidade do ar, numa zona que era considerada o pulmão do concelho”.
As preocupações da comissão cívica foram já expostas à Câmara das Caldas que, por carta, respondeu solicitar à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), informação relativa aos locais de maior concentração de furos de água para utilização nas atividades agrícolas e ao seu licenciamento. Também a comissão irá avançar com um pedido de respostas à APA, com a finalidade de proteger as linhas de água, o ambiente e população.
Monitorização constante
Questionado pela Gazeta das Caldas, Tinta Ferreira disse que o município já manifestou a preocupação junto da APA e obteve a garantia de que estão implementadas redes de monitorização da quantidade e qualidade da água subterrânea. De acordo com o Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos esta massa de água obteve a classificação de estado “Bom”.
No entanto, o autarca reconhece que esta é uma matéria que o preocupa, pelo que os serviços municipalizados têm feito análises da qualidade da água das captações e do respetivo nível freático. “Não foram detetadas alterações até à data”, disse, acrescentando que continuarão a “exigir o maior cuidado às entidades licenciadoras e a monitorizar constantemente as nossas captações”.