Mundial de surf chegou ao concelho em 2009, mas aposta estratégica foi lançada antes
Há relatos da presença de surfistas estrangeiros no Baleal desde a década de 1960, mas só em 1977 o concelho recebe a primeira prova de cariz competitivo: o I Torneio Internacional de Surf, com vitória do norte-americano Bruce Palmer. Mas seria apenas no início do novo milénio que, em definitivo, Peniche se afirmará como a capital da onda, numa estratégia desencadeada pelo então presidente da Câmara, António José Correia, também ele um apaixonado dos desportos de mar.
A realização da etapa do Mundial de Surf, em 2009, consolida a marca “Capital da onda”, que dá a Peniche uma visibilidade internacional que lhe permite atrair milhares de surfistas de vários pontos do planeta, atraídos pelas condições naturais da costa do concelho e pela variabilidade das ondas.
Ainda em 2009, a autarquia lançou um “Guia de Surf”, no qual apresentava as treze praias do concelho com condições para a prática das várias modalidades de desportos de mar: Almagreira, Cantinho da Baía, Cerro, Consolação, Cova da Alfarroba, Marques Neves, Molhe Leste, Lagide, Papoa, Pico da Mota, Porto Batel, Praínha e Supertubos. Esse trabalho permitiu caracterizar cada um dos spots de surf de uma costa que tem condições únicas para a iniciação do surf, mas também para quem já é experiente.
Nos anos seguintes, a associação à World Surf League e a outras entidades permite a Peniche continuar a receber etapas do Mundial de Surf, mas também outros eventos, que confirmam o potencial da onda na região, um impacto também alavancado pela onda gigante da Nazaré, fenómeno que está agora a cumprir uma década e que afirmou o Oeste no contexto do turismo de surf.
É difícil avaliar os impactos económicos, diretos e indiretos, do turismo de surf, mas, para além dos efeitos no tecido empresarial e na ativação da economia em épocas chamadas baixas, há outro aspeto a relevar: a consciencialização ambiental, dado que os surfistas manifestam grandes preocupações com o meio-ambiente e procuram servir de exemplo para as comunidades. Ou seja, além das vantagens da prática desportiva, a economia local também tem muito a ganhar com o surf. ■