Ha um momento chave na história contemporanea que mudou por completo a nossa sociedade. Fez 10 anos sobre o desaparecimento da menina inglesa no Algarve. Nenhum pai ficou indiferente. Desde esse dia mudou a forma de olharmos para a sociedade e para as nossas crianças. Tal como o 11 de Setembro mudou a percepção de segurança no mundo inteiro, este dia mudou a nossa forma de educar do povo português.
Desde aquele fatídico dia, encontramos “raptores” a cada esquina. Não mais os pais deixaram as crianças brincar sozinhas na rua, não deixam atravessar a eatrada sozinhas, não permitem que vão para a escola sozinhas (nem com os colegas), como eles próprios fizeram anos a fio e muitas vezes ao longo de largos quilómetros. Aumentou a superproteção com medo que “até o vento as possa levar”.
Quais as implicações de tudo isto? A falta de autonomia, independência, responsabilização, o não saber “desenrascar-se” que tanto caracterizava o povo português. Estamos a criar crianças amedrontadas, “pequeninas”, tão condicionadas a nós que se assustam face a um pequeno sobressalto. Nós não eramos assim. Não fomos criados desta forma.
É este o caminho que queremos seguir?
Bom fim de semana!
Sara Malhoa