Pedro Von Hafe
Departamento de Medicina, Hospital São João
Nesta época de restrições relacionadas com a pandemia, em que é comum ficar sentado grande parte do tempo, parece-nos importante realçar os benefícios da atividade física e lembrar o dia mundial da atividade física.
Em 2015, a Academy of Medical Royal Colleges redigiu um relatório em que chamava ao exercício físico a “cura milagrosa”. Esta afirmação baseia-se em evidência científica robusta. Inúmeros estudos mostraram que as pessoas com atividade física regular apresentam um menor risco de desenvolver ou morrer de doença cardiovascular quando comparadas com os sedentários.
O exercício físico está associado a menor risco de doença das coronárias, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, obesidade, acumulação de gordura abdominal, osteoporose e alguns cancros (mama e cólon, por exemplo), para além de melhorar o sistema imunológico e o bem-estar psicológico. Tem vindo a ser demonstrado que o exercício protege o cérebro de decadência cognitiva. Aliás, está provado que os indivíduos com atividade física ótima consomem menos dinheiro em cuidados de saúde do que aqueles com níveis baixos de atividade e isto é verdade para aqueles com ou sem doença cardiovascular estabelecida. Sendo assim, em termos de saúde pública a promoção de atividade física regular é a melhor opção em termos de custo-benefício, um verdadeiro “best-buy”. ■