Trata-se de perturbação do desenvolvimento que se enquadra no espectro do autismo, de grau ligeiro, altamente funcional e de causa desconhecida. Manifesta por alterações essencialmente na interação social, na comunicação e no comportamento – uma série de sintomas e não só uma característica (daí o nome síndrome).
Ao contrário do Autismo clássico, os Asperger desenvolvem perfeitamente a linguagem e são capazes de comunicar, embora sejam social e comportamentalmente desajustados. Apresentam:
– dificuldade no relacionamento com o outro;
– dificuldade na comunicação verbal e não verbal;
– interpretação literal da linguagem (não percebem segundos sentidos nem intenções subjacentes);
– rigidez de raciocínio;
– falta de empatia;
– rotinas rígidas, tudo o que saia do rotina é tido como perturbador, não são capazes de rapidamente formular um plano B, bloqueiam;
– tem interesses obsessivos por um assunto ou objeto em particular – são capazes de falar o tempo todo sobre isso, sem perceber que possam estar a ser aborrecidos para quem ouve;
– descoordenação motora (desajeitados);
– dificuldade na auto-regulação emocional.
Donos de uma excelente memória, desde pequenos conseguem aprender todas as marcas de carros, reconhecem matrículas, moradas, decoram qualquer tema para o qual estejam motivados. Habitualmente, são bem-sucedidos nos estudos, podem conseguir elevados graus de especialização, no entanto, dificilmente atingirão a autonomia necessária a um adulto, apesar da sua excelente capacidade cognitiva.
Os jovens adultos com um perfil cognitivo médio ou superior parecem ter maiores dificuldades de integração que outros com o mesmo diagnóstico, mas com dificuldades intelectuais.
Dado o comprometimento na adaptação social, os Asperger’s têm muita dificuldade em fazer amigos e em conseguir trabalho, são pessoas isoladas. Conseguindo colocação profissional, regra geral, são funcionários exemplares, muito rigorosos e focados nas tarefas, cumprem escrupulosamente o horário. Não tem capacidade de antecipação, aguardam que lhes digam o que tem de fazer.
O acompanhamento multidisciplinar a longo prazo é fundamental, nomeadamente a intervenção no que toca às competências sociais.