Infeções respiratórias nas crianças

0
577

Porque são mais frequentes no inverno?

As fossas nasais são revestidas por cílios, uma espécie de ‘pelos’ que em conjunto com o muco do trato respiratório, retêm partículas estranhas ao organismo e se encarregam de eliminá-las. No inverno o ar inspirado é mais frio e seco o que torna o muco mais espesso e paralisa os cílios, permitindo a entrada de alérgenos, vírus e bactérias para o trato respiratório. Sendo as infeções do trato respiratório facilmente contagiosas, é fácil de compreender que uma única criança é suficiente para contagiar uma sala inteira, quer pela libertação de partículas infeciosas através de espirros e tosse, quer pela higiene de mãos por vezes insuficiente, que pode permitir a entrada de vírus e bactérias no organismo, seja pelo nariz, pela boca e também pelos olhos. Os próprios adultos podem funcionar como veículos para os agentes infeciosos, transmitindo-os para as crianças que, por terem um sistema imunitário mais vulnerável, acabam por ficar doentes.

————————————-

As infeções mais comuns na época fria afetam sobretudo o trato respiratório superior, inferior, ouvidos e olhos. Podem ser provocadas quer por vírus quer por bactérias e apresentam muitas vezes sintomas comuns, como febre, mal-estar, irritabilidade, falta de apetite, tosse, corrimento nasal e queixa de dor, pelo que pode não ser fácil perceber o que se passa com a criança. Em caso de dúvidas, intensificação dos sintomas ou febre que não cede com antipiréticos em 72h o ideal ir ao médico, para que possa ser feito o diagnóstico mais adequado, assim como ser aconselhado o tratamento mais indicado. Algumas situações mais graves podem requerer o internamento ou, no caso de infeções do trato respiratório inferior, podem evoluir para pneumonia, pelo que é importante não evitar a consulta com o médico.

Como evitar
– Ensine o seu filho a colocar o braço à frente quando tossir/espirrar;
– Evite compartilhar objetos pessoais e ensine o mesmo ao seu filho. E explicar que não é egoísmo, mas sim uma questão de higiene;
– Lave o nariz do seu filho com soro fisiológico com frequência e no caso de ter muitas secreções, opte por um aspirador nasal próprio. As pompetes ou pêras de borracha são de evitar pois podem magoar o nariz pelo formato ou por não conseguir medir a força de sucção que aplica;
– Incentive o seu filho a fungar, para que facilite a eliminação das secreções, ao invés de as puxar para dentro;
– Evite levar as mãos à boca, olhos e nariz quer para evitar infeções quer para não servir de veículo de vírus e bactérias para os outros;
– Incentive toda a família a lavar as mãos com frequência e, muito importante, ao chegar a casa;
– Evite espaços fechados e com muitas pessoas, pois facilitam a disseminação de vírus;
– Fazer uma alimentação variada e rica em frutas e legumes que fornecem vitaminas e minerais fundamentais para manter a imunidade;
– Beber água suficiente para uma correta hidratação;
– Manter a casa limpa e livre de pó para evitar a proliferação dos agentes infeciosos causadores de problemas respiratórios. Arejar a casa é igualmente importante;
– Humidificar o ar, se necessário. Como já foi referido, o ar seco facilita a entrada de vírus e bactérias no trato respiratório.
– Manter as vacinas em dia;
– Apostar num suplemento para o reforço do sistema imunitário para o seu filho e também para os adultos, se necessário;
– Os filtros dos aparelhos de ar condicionado devem ser limpos ou trocados com regularidade, caso contrário as poeiras e outras partículas serão lançadas no ambiente ao invés de ficarem retidas, aumentando o risco de irritação ou desenvolvimento de infeções.