Alunos declamam poesia no TOMA e no terminal rodoviário das Caldas

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Rodoviária do Oeste aplaudiu iniciativa fora do vulgar

Iniciativa da Rede de Bibliotecas celebrou o Dia da Poesia, na passada segunda-feira

Quem andou nos autocarros de transporte urbano do TOMA, nas Caldas, na segunda-feira, 21 de março, teve uma agradável surpresa: os alunos dos 2º e 3º ciclos das escolas do concelho a declamar poemas de autores portugueses. “Toma lá poesia” foi uma iniciativa organizada pela Rede de Bibliotecas das Caldas que envolveu duas dezenas de alunos, entre os 11 e os 15 anos.
“Há vários anos que a Rede de Bibliotecas das Caldas comemora o Dia Mundial da Poesia e nos últimos anos com exceção de 2020 e 2021, devido à pandemia, temos promovido iniciativas que levam a poesia para a rua”, explicou Aida Reis, da Biblioteca Municipal.
Esta iniciativa assinalou, também, a décima edição da Batalha da Leitura de Poesia, um evento interconcelhio, que envolve Caldas e Óbidos. O confinamento impediu a realização do evento, mas nem por isso deixou de se assinalar a data, com os alunos a gravarem as declamações, que depois foram partilhadas nas redes sociais.

O grupo que participou na tertúlia que teve música de Vitorino d’Almeida

Este ano os alunos puderam finalmente cumprir o desígnio e, durante a manhã, já depois de declamarem no autocarro, os alunos do 2º ciclo pararam na Praça da Fruta. Já durante a tarde, depois de animarem o TOMA nos percursos que passam pelas escolas, realizou-se um evento conjunto, que reuniu os alunos das várias escolas para declamarem poesia no terminal rodoviário das Caldas, possibilitando uma espera menos aborrecida a quem aguardava pelo autocarro ou uma chegada mais animada a quem acabara de desembarcar e que recebeu um poema impresso numa flor.
E, como a rede de bibliotecas integra, além da Biblioteca Municipal e das dos agrupamentos escolares, também a biblioteca da ESAD, esta iniciativa contou ainda com o envolvimento do ensino superior, com um poema declamado e ilustrado.
Maria Fradinho, do mestrado em Artes Plásticas, ilustrou uma parte de “A Criança em Ruínas”, de José Luís Peixoto. A maior dificuldade foi escolher qual o poema a apresentar: clássico ou contemporâneo. A escolha deveu-se ao facto de “retratar uma grande parte da sociedade portuguesa, a população idosa, para quem também as crianças fizeram este projeto”. A jovem pensou ilustrar uma mesa de cinco pessoas vista de cima, mas também através da utilização da típica ilustração de criança de uma casa, com a porta e as janelas.
A Rodoviária do Oeste agradeceu a ação. “Estamos sempre abertos a estas atividades, tal como acontece com o Caldas nice Jazz ou Caldas Late Night, que dinamizam este espaço e trazem mais pessoas aqui, temos um terminal aberto à população”, referiu Cristina Frazão, da Rodoviária do Oeste.
No domingo, o Céu de Vidro, acolheu uma tertúlia poética, coordenada por Inês Fouto, do grupo Cenas e Companhia. A sessão fez parte do “Parque com Vida” e contou com um convidado especial: o maestro Victorino d’Almeida. “Venho às Caldas atuar desde que existia a Casa da Cultura e via o meu amigo José de Sousa”, recordou o músico que improvisou ao piano, as declamações do grupo. Ouviram-se poemas de autores portugueses, brasileiros e até alguns poemas originais dos próprios participantes.