As Caldas da Rainha mais perto de ser também conhecida pelo jazz

0
1073
- publicidade -

Gazeta das CaldasEstamos conscientes de que um festival internacional como este, que apresentamos anualmente em Caldas da Rainha e agora, também “timidamente” partilhado com Óbidos, envolve uma série de fatores artísticos e organizativos capazes de proporcionar uma imagem de referência de uma cidade como a nossa. É bom valorizar o impacto cultural que um evento destes proporciona no território regional e na referência artística que proporciona em termos nacionais, extravasando meras iniciativas de espetacularidades imediatas. No nosso caso, associamos ao evento o critério da qualidade e da formação musical além, claro está, da promoção de uma urbanidade ímpar no panorama regional.
O programa em 2017 mantém um conjunto distinto de estilos, que podíamos resumir como essenciais a uma percepção do universo de influências que o Jazz possui e proporciona.
Os destaques vão para grupos de referência internacional como é o caso de Jack Broadbent – aclamado como “O novo mestre da slide guitar” pelo festival de Jazz de Montreux e de “The real thing” pelo lendário Bootsy Collins – e que tem vindo a deliciar o público internacional com a sua mistura única de slide guitar e uma voz blues proeminente e inspiradora.
Também Hailey Tuck, nascida em Austin, Texas, e educada com uma dieta de jazz dos anos 30, vestidos vintage e filmes a preto e branco, cujo amor por tudo o que é old school a levou a mudar-se para França com apenas 18 anos à procura da la vie en rose e que, nos seus concertos, nos convida a entrar num mundo muito próprio, oferecendo-nos uma belle époque do século XXI.
O Club des Belugas com Brenda Boykin é uma das principais bandas de Nujazz na Europa, talvez no mundo, combinando os estilos contemporâneos European Lounge & Nujazz com Brazilian Beats, Swing e American Black Soul dos anos cinquenta, sessenta e setenta, usando criatividade e intensidade únicas; começaram a carreira em 2002 com “Caviar at 3 a.m.” e têm até hoje lançados 8 álbuns, 6 singles / EPs, um CD duplo ao vivo e um DVD ao vivo.

Patrícia Lopes, compositora e pianista brasileira, apresenta-se neste festival com um projecto constituído por voz, clarinete, piano e violoncelo, num trabalho em que revela interpretações de poesia “O Feminino em Fernando Pessoa.
Aaron Goldberg aclamado pela revista “Down Beat” pelos seus “reflexos harmónicos rápidos e inteligentes, pelo seu fluido comando de linha e pelo seu senso de lógica narrativa”, fez nome como um dos pianistas mais atraentes do jazz.
Jacqui Naylor e Art Khu – a par de Diana Krall, Jacqui Naylor é seguramente uma das vozes mais importantes do chamado Smooth Jazz. Com excelentes críticas e presença nas melhores salas e em quase todos os festivais, é com enorme prazer que anunciamos este regresso a Portugal para apresentação do seu novo disco Q & A.
A cantora e pianista Sarah McKenzie já tocou em alguns dos lugares mais emblemáticos do jazz, nos festivais de Monterey, Juan-les-Pins, Marciac e Perugia, Dizzy e Minton em Nova Iorque, bem como nos principais clubes de Paris, Londres, Viena, Munique e Sidney.
Mas não podíamos deixar de apresentar, aliás como é tradição do festival, um grupo originário de Portugal, este ano Afonso Pais e Rita Maria. Afonso Pais, referência estabelecida na cena musical nacional, desenvolve desde o início da sua carreira artística um trabalho de composição exploratório das vertentes e possibilidades da música escrita e da improvisação. Apresenta agora uma parceria artística com a aclamada cantora Rita Maria, singular intérprete e improvisadora, com o projecto intitulado “Além das Horas”.
Realçamos ainda o concerto de encerramento com uma grande senhora do Jazz mundial – Patrícia Barber. De regresso a Portugal após um interregno de nove anos, Patrícia Barber é um dos principais rostos do jazz, ao lado de outras talentosas intérpretes como Jane Monheit, Karrin Allyson ou Natalie Cole.
Além deste fantástico programa internacional apresentaremos mais 12 concertos e duas after party de livre acesso (Concerto Club des Belugas com Fat&Slim – electroswing duet e Jazz na Toca – Dj Paulo Azevedo – jazz, swing, blues em Vinil) integrados no Jazz na Cidade, Óbidos e Foz do Arelho, proporcionando momentos de descoberta de jovens músicos e de novas sonoridades numa festa em que o Jazz é o protagonista…
Cafés, restaurantes, escolas e hotéis abrirão suas portas, prevendo-se algumas inovações no decorrer do festival, nomeadamente na apresentação de uma ementa modelo “Drink e Food Jazz” criada no âmbito da parceria estabelecida com a Escola de Hotelaria e Turismo.
O festival integra no seu corpo de acção a formação musical, dando uma vez mais destaque à organização do workshop Big Jazz III, este ano sob a direcção do maestro Pedro Moreira, e dos formadores, Daniel Bernardes, Rúben de Luz e Inês Sousa, sendo a coordenação do projecto da responsabilidade do Maestro Adelino Mota.
Pela primeira vez haverá uma tertúlia à volta dos discos de Jazz e daremos espaço à apresentação de Jam Session’s no café concerto do CCC. No programa mantemos a cooperação com as filarmónicas locais e da região, convidando-as anualmente a apresentar um concerto de jazz, incorporando no seu historial novas áreas musicais que se oferecem ao público.
Cremos que este projecto pode vir a dar mais valor às Caldas e à Região Oeste e ter uma maior visibilidade nacional e internacional, se para isso os apoios forem menos modestos e os enquadramentos operacionais para a sua promoção forem mais robustos.
Dificilmente vai deixar de querer estar presente e deixar-se absorver pelos sons que aqui se vão apresentar.

- publicidade -

Por: Carlos Mota
Director do Festival

- publicidade -