Apesar de “ainda” estarmos em Outubro, creio que quem conduz os destinos das organizações, começa já a pensar no próximo ano – embora o último trimestre seja particularmente competitivo com o fecho de negócios, projetos, com o foco no atingir de objetivos, começamos já a equacionar o caminho que queremos para a nossa organização em 2018.
É evidente que para este efeito consideramos todas as áreas da nossa empresa – financeira, comercial, operações, qualidade, manutenção… -, mas já fizemos um balanço sobre a equipa que temos connosco e a que queremos ter no próximo ano?
Existem dois lados que não podemos ignorar: o dos que vão sair, mas sobretudo o dos que vão ficar.
Olhar para os que saem permite-nos evoluir, perceber onde cometemos erros, o que ignorámos. Permite-nos também olhar para os profissionais que terminam o seu percurso connosco (pelo menos por agora) com sentido de dever cumprido se tudo tentámos para que a relação resultasse. Esta é verdadeiramente uma oportunidade: não só para a pessoa que sai, mas para toda a empresa que fica.
Só vale a pena olhar “para trás” se for para evitar os mesmos caminhos que não nos levaram a lado nenhum. Podemos cometer vários erros, desde que não sejam repetições daqueles que em nada nos fizeram melhorar.
De forma construtiva teremos também que olhar para quem fica: conhecer as suas aspirações, definir os seus objetivos, apoiar devidamente a sua formação e nunca esquecer que uma equipa é tanto mais forte, quanto o seu elemento mais fraco.
Onde é que podemos ajudar a nossa equipa a melhorar, a evoluir e a crescer? Essa deve ser a tónica para o próximo ano. Até onde queremos ir com a nossa equipa e o que é que estamos dispostos a fazer para lá chegar?
As pessoas devem ser ouvidas e os seus desejos enquadrados na nossa realidade. Não vale criar expectativas ilusórias – e isto serve aos dois lados.
Criar um plano de Recursos Humanos pode ser o maior desafio que tem na sua organização e é bem possível que o esteja a ignorar. Planear os RH é muito mais do que números, orçamentos e objetivos.
Sugiro que reflita aprofundadamente sobre o que oferece à equipa que tem a trabalhar consigo (sendo que se o seu primeiro pensamento ficou no salário… ainda tem muito a aprender sobre esta matéria). Não está satisfeito com os resultados que tem nesta área, então pense se tem as pessoas certas ou as compensações mais adequadas àquilo que são os desejos delas.
Se ainda entende que estou a falar de salários, talvez tenha interesse em conhecer os estudos sobre as diferentes gerações as suas expectativas e visão para o futuro – provavelmente irá também mudar as suas.
Susana Santos
Partner e COO
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(in Gazeta das Caldas de 13/10/2017)