Caldas Late Night está para durar

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A um ano de completar a maioridade, o Caldas Late Night provou na sua 17ª edição, a 24 e 25 de Maio, que é um dos maiores eventos culturais da região, trazendo à rua milhares de pessoas oriundos de todo o país e até alguns estudantes estrangeiros.
As intervenções espalhadas pelas Caldas, com menos arrojo do que nos primeiros anos do CLN mas algumas bem provocatórias, suscitaram a curiosidade dos visitantes e também de muitos caldenses que saíram à rua para observarem tudo o que o evento tem para mostrar. Ou pelo menos parte, porque com quase 150 instalações a decorrerem em dois dias, dificilmente era possível visitar todos os espaços.

A maioria das intervenções concentrou-se no centro da cidade e nos Silos, com outros locais incontornáveis como os Silos.CR, na Ceres, e o Museu Bernardo. Em relação ao espírito original do CLN, houve poucas casas de estudantes a abrirem as suas portas aos visitantes, com honrosas excepções como a Casa dos Artistas, na rua dos Artistas, e a Casa do Terraço, junto ao café Maratona, outra referência do evento.
Para Nicola Henriques, director dos Ateliers nos Silos, essa diminuição no número de casas abertas tem a ver com uma necessidade em “conquistar o espaço público”, por um lado, e pelo facto das licenciaturas agora serem de três anos, o que limita a acção dos alunos da ESAD. “Isso faz com que haja mais festa e copos do que arte”, considera.
Nicola Henriques considera que o evento, em geral, “tem vindo a crescer em termos de público mas a descer, consideravelmente, na qualidade dos trabalhos apresentados”.
Este foi o terceiro ano em que os Ateliers nos Silos receberam iniciativas do CLN e este ano apostaram na presença de artistas já formados, alguns dos quais na ESAD.

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A animação na cidade

O Parque D. Carlos I foi outro dos locais mais visitados. Um dos projectos foi uma Máquina do Tempo, criada por 10 alunos da ESAD, dos cursos de Design Gráfico e Artes Plásticas. Uma das artistas, Beatriz Arnaut explicou que esta instalação ironizava com várias definições de tempo (do passado à meteorologia). No exterior a máquina era moderna, no interior aludia ao passado e os utilizadores acabavam por ouvir fenómenos meteorológicos.
Algumas lojas também aderiram à iniciativa. Para além do Centro Comercial D. Carlos I, uma referência à “Loja do Senhor Jacinto”, na rua Miguel Bombarda, que recebeu uma exposição de alunos da Escola Secundária António Arroio, de Lisboa através da associação DAR (Design Advanced Resources). Esta é uma loja familiar onde actualmente trabalha Jacinto Dias, neto do fundador do estabelecimento. Depois de se formar em Design Industrial na ESAD, decidiu apostar no negócio de família na sequência de ter apenas recebido propostas de trabalho “em condições precárias, sem contrato e a receber muito mal”.
No sábado à tarde, 25 de Maio, a loja esteve aberta apenas para expor os trabalhos no âmbito do CLN. Para Jacinto Dias é importante que aconteçam eventos como o CLN. “Apesar de ser mal visto por algumas pessoas, acho que estimula a cidade de uma maneira impressionante. Basta ver o movimento nas Caldas ontem e hoje”, referiu,
A DAR, que tem sede na antiga Seres, apresentou várias iniciativas, a maioria das quais no Largo do Hospital Termal. Segundo Rita Olivença, uma das fundadoras da DAR, o objectivo foi demonstrar que aquele é um espaço que pode ser “vivido” pelas pessoas. Entre as actividades desenvolvidas, algumas das quais dirigidas a crianças, destaque para os concertos, o mercado cultural e para a pintura de dois bancos de jardim com grafitis.
Como já é tradição, embora recente, tiveram lugar também, a 24 de Maio, a luta de almofadas e a corrida de carrinhos de rolamento em forma de falos.
Este ano o Museu do Ciclismo foi um dos locais inscritos no CLN, depois de um desafio da organização. O director do museu, Mário Lino, explicou que esta foi uma forma de levar mais pessoas àquele local para visitar a exposição que está patente. “Tem sido maravilhoso para nós”, comentou. “Verifica-se que o produto Caldas Late Night é óptimo para as visitas aos espaços culturais das Caldas. Nós só temos que aproveitar estas oportunidades”, disse. P.A.

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