“D’Águas” é a primeira peça utilitária da colecção

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Gazeta das Caldas
Victor Mota criou “D’Águas” tendo-se inspirado numa gárgula da Igreja do Pópulo

Victor Mota  é o autor de “D’Águas”, a nova peça da segunda colecção da Gazeta das Caldas, dedicada às termas locais. O ceramista inspirou-se numa gárgula que existe na Igreja de N. Sra. do Pópulo para criar a quarta obra desta colecção. Fê-la em faiança e quis que esta fosse utilitária, logo esta pode aplicar-se em garrafas, evitando os pingos nas garrafas de vinho.

Vitor Mota quis que a sua proposta para a Gazeta das Caldas possuísse uma função utilitária. E é por isso que “D´Águas é um corta-gotas feito em faiança, aplicável em garrafas. A obra de faiança tem a mesma forma de uma das gárgulas da Igreja de N. Sra. do Pópulo. Para a sua pesquisa, Victor Mota contou com a preciosa ajuda do Museu do Hospital e das Caldas, entidade com quem o autor já trabalhou várias vezes em exposições.
Para o artista, “a Igreja do Pópulo tem tanta importância para o Hospital Termal como as águas”. E isto porque os doentes que aqui se tratavam começavam pela cura espiritual, confessando os seus pecados. Só depois se alimentava o corpo, preparando-o para os tratamentos. A Igreja do Pópulo, aberta ao culto em 1496, foi capela privada do hospital e só em 1511, ano em que as Caldas passou a ser vila, aquele templo se tornou igreja matriz, com culto aberto à população.
O artista acabou por realizar uma pesquisa aprofundada, não só sobre o património termal caldense mas também sobre as gárgulas e a sua função no que diz respeito ao escoamento das águas.
Victor Mota acha “interessante” este desafio que lhe foi colocado pela Gazeta dado que na sua opinião, tanto as termas como a cerâmica são fundamentais para o desenvolvimento da localidade”. E por isso espera que as termas caldenses possam reabrir a curto prazo de modo a poderem contribuir para o crescimento da economia local. Em relação à cerâmica, Victor Mota considera que se vivem dias dinâmicos com três fábricas a laborar e muitos ateliers onde “vários autores produzem trabalho de grande qualidade”. O ceramista gostaria que a área pudesse “prosperar e ser mais conhecida”.

Na sua opinião falta alguma aposta na divulgação por parte do poder local que poderia, por exemplo, passar por acções simples como uma correcta sinalização dos vários ateliers dos autores. “Temos um grupo tão grande de estrangeiros a morar na região que procuram estes espaços e que se queixam da falta de sinaléctica”, disse o autor da peça, a primeira utilitária da segunda coleccção de cerâmica da Gazeta das Caldas. Feita em faiança, a figura feminina foi transformada num corta-gotas que se pode colocar numa garrafa de vinho.
Victor Mota nasceu em 1967, é natural de Peniche e formou-se no Cencal, onde fez o Curso de Modelação Decorativa com os mestres Herculano Elias e Euclides Rebelo. Há quatro anos abriu o seu próprio atelier, Linhas da Terra, na entrada da Caldas (em frente à Auto Júlio), espaço onde já assegura quatro postos de trabalho. No atelier que dirige, trabalha vários tipos de peças decorativas entre jarras, taças, potes e uma linha decorativa de animais que são adquiridas ao Atelier Linhas da Terra por lojas de Norte a Sul do país.
D’ Águas é a quarta proposta da segunda colecção de cerâmica, lançada pela Gazeta das Caldas, sob a temática das Termas das Caldas. Custa 30 euros para os assinantes do jornal e 35 euros para o público em geral.