DGArtes lançou livro que reúne cerâmica, bordados e cutelaria das Caldas da Rainha

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Américo Rodrigues da DGArtes e a vereadora M. Conceição Henriques
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Há um novo livro sobre as artes locais, lançado em dia de Magusto, no Centro de Artes

O livro “Bordado, Cerâmica, Cutelaria: diálogos nas Caldas da Rainha”, foi lançado no sábado, 16 de novembro, no Centro de Artes.
A apresentação foi feita pelo diretor geral das Artes, Américo Rodrigues e pela vereadora da Cultura, Conceição Henriques.
A obra resulta da exposição “Produção artesanal portuguesa” que se centrou nas artes do saber fazer tradicional e integrou o Programa “Saber Fazer”, promovido pelo Governo e desenvolvido pela DGArtes, com o objetivo de mapear e e caracterizar as artes tradicionais em território nacional.
A DGArtes que, em maio, lançou nas Caldas uma obra que se dedica ao artesanato nacional em geral apostou agora no segundo volume e que é dedicado às artes caldenses.
Da obra fazem parte textos de Ana Pires que é especialista em têxteis portugueses e que escreveu sobre os bordados locais.
Coube à investigadora Margarida Araújo escrever sobre a cerâmica da região, tendo salientado a variedade de processos de produção das muitas oficinas que se dedicavam a produzir peças de cariz utilitário.

A autora caldense faz uma volta panorâmica sobre a história da cerâmica local referindo-se à cerâmica necessária ao funcionamento do hospital termal até chegar à produção contemporânea de autor. Por seu lado, Carlos Norte dedica-se à cutelaria e que identifica as Caldas como um centro de produção onde ainda se fazem várias ferramentas de corte, “destacando o requinte da produção artesanal da região das Caldas”, disse Américo Rodrigues da DGArtes. A partir das Caldas foi também criada a Rota da Cutelaria que está disponível um repositório, em formato digital, pois “é uma arte que perdura e que tem um desenvolvimento específico nesta região”.
Vão seguir-se novos volumes, no caso de Odemira dedicado aos trabalhos em esparto e da viola campaniça e de Ponte de Sor e depois os têxteis da Covilhã.
“Oxalá que este programa não pare!”, pediu Américo Rodrigues acrescentando que, “pela primeira vez em Portugal houve uma atitude de respeito pelos artesãos e artífices e uma concertação de esforços que não se pode perder”. Este programa é financiado pelo PRR, que entretanto vai terminar, e “gostaríamos que o programa pudesse ter continuidade”.
Américo Rodrigues deu a conhecer que decorreu nas Caldas, no âmbito deste programa, um Laboratório de intervenção territorial que serviu para dinamizar localmente as práticas artesanais de maior expressão. “Foi também a forma de conhecer a realidade local e de identificação dos desafios do futuro das artes e ofícios desta região”, referiu o responsável.
Por seu lado, Conceição Henriques recordou como surgiu a ligação entre as Caldas e este programa nacional Saber Fazer. Para a autarca “é um grande desafio trabalhar numa cidade onde a Cultura tem um significado tão importante”. Ambos referiram que as Caldas foi a primeira cidade lusa a receber a mostra de artesanato, inaugurada no Luxemburgo, onde deu a conhecer o artesanato português.
A mostra tem vindo a crescer pois é aumentada com peças artesanais dos locais onde tem sido apresentada. Esteve em Odemira e a partir de 7 de dezembro vai estar em Ponte de Sor, onde o foco vai estar na utilização da cortiça.
No mesmo dia, a Centra – Associação dos Amigos do Centro de Artes realizou o tradicional Magusto, “para festejar a amizade e a criatividade em volta do Centro de Artes”, disse Paulo Tuna, da Centra. Além das tradicionais castanhas assadas houve ainda uma Sopa de Entulho. Esta última foi feita com produtos que vieram de Trás os Montes. “Leva nabo, couve, cenoura, carne de vaca e chouriças transmontanas. Ateamos o lume às 10 da manhã e a sopa está a cozer há pelo menos quatro horas”, rematou. ■

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