Bombarral desespera por médicos de família

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Centro de Saúde do Bombarral é o pior da ULS Oeste quanto a médicos de família
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Comissão de Utentes do Centro de Saúde voltou à rua por falta de resposta da Unidade Local de Saúde do Oeste

Dois anos depois da última manifestação da Comissão de Utentes do Centro de Saúde do Bombarral, a realidade que hoje se vive é ainda pior e os motivos dos protestos da população são ainda mais agudos, razão pela qual voltou a ser promovida uma concentração, no último sábado, que culminou numa marcha lenta mas ruidosa até ao Largo do Município. Mais de meia centena de bombarralenses protestaram de viva-voz defronte do Centro de Saúde, com cartazes que alertavam para a situação dificílima em que a população se encontra, onde o ‘SOS ao SNS’ traduz a agonia em que se encontra a prestação médica deste serviço público. Outrora pujante, à 100ª Unidade de Saúde Familiar, inaugurada com pompa e circunstância pelo então Primeiro Ministro António Costa, bastaram poucos anos para que os jovens médicos ali colocados optassem pela transferência para outras unidades de saúde, sobretudo para o norte do país, para ficaram mais próximos da terra natal. Neste momento, na região, 108.836 pessoas, cerca de 44% dos utentes inscritos nos diversos concelhos, estão sem médico de família, mas o caso do Bombarral é o pior de todos, porque não tem um único clínico no quadro do Centro de Saúde, deixando desprotegida uma população que ronda os 13 mil habitantes. A prestação médica é assegurada por alguns tarefeiros, ao abrigo de um acordo com a Santa Casa da Misericórdia do Bombarral, e, mais recentemente, com a oferta de videoconsultas, um projeto-piloto da ULS Oeste que começou no mês passado, tal como em Peniche, para ajudar a superar o problema. Uma solução que não agrada aos utentes, muitos deles idosos e sozinhos.
Desde 2022 que a Comissão de Utentes tem vindo a desdobrar-se em esforços para ultrapassar a situação, mas sem sucesso, apesar da petição entregue com milhares de assinaturas na Assembleia da República. Mas não vai baixar os braços. Segundo Delmira Rafael, “não podemos desistir nem acreditar no discurso da inevitabilidade ou dos números”, porque esta luta “é sobre a vida e o futuro das pessoas”. O presidente de câmara Ricardo Fernandes agradeceu o protesto porque é uma justa reivindicação”. “Não desistiremos!”, foi a promessa dos populares. ■

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