O espaço expositivo dedicado à arte contemporânea foi inaugurado com exposição de Ana Battaglia Abreu
Já foi inaugurado um novo espaço dedicado à arte contemporânea nas Caldas. O Espaço Moinho situa-se no próprio moinho na sede da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
O presidente da União de Freguesias, Jorge Varela, contou que quando iniciou o seu mandato decidiu mudar o gabinete do presidente do moinho para uma sala no primeiro andar. A partir daí o moinho com mais de 170 anos “não estava a ser devidamente aproveitado”. O espaço, onde estavam depositadas algumas coleções oferecidas à Junta, não precisou de grandes obras para se tornar numa galeria de arte.
Durante um ano o Espaço Moinho será dinamizado com o projeto Ataráxia, desenvolvido pela Electricidade Estética. Um dos grandes trunfos deste projeto é que não é um depósito de obras já feitas pelos artistas, uma vez que os artistas trabalham em residência artística, criando obras de arte especificamente para este espaço.
Patrícia Faustino, do coletivo Electricidade Estética, disse que esta “é uma excelente oportunidade de ter um espaço onde temos tempo, onde nos podemos demorar e fazer uma curadoria cuidada”, acrescentando que “é completamente diferente de ter uma semana para montar, fotografar e desmontar”.
Por outro lado, assim cria-se “o primeiro espaço com exposições regulares de arte contemporânea nas Caldas”. Nesta primeira fase as exposições são apresentadas online e os próximos quatro artistas já estão definidos. Em fevereiro haverá uma exposição de Leonardo Rito, com a curadoria de João Santos (diretor da ESAD).
A exposição “A mais contínua de todas as formas”, de Ana Battaglia Abreu, foi a primeira no Espaço Moinho. A mostra explora a forma cilíndrica dos moinhos e está dividida em três partes, uma em cada piso. No rés-do-chão a artista colocou uma instalação feita com fios de têxtil a recriar a forma do moinho e a projeção do que seria a vista tradicional que se espera encontrar quando se olha pela janela de um moinho: uma paisagem verde. No segundo piso, Ana Battaglia Abreu jogou com a projecção das formas e com as sombras criadas pelas mesmas e deu a conhecer o trabalho de pesquisa envolvido neste trabalho.
Já no terceiro e último piso, a artista apresentou uma peça que “desmonta” a forma do moinho, tornando curvas as linhas rectas, numa peça que sobressai com a luz, numa sala escura e que está pendurada no ar, movendo-se com o vento.