“Fá-lo” é um novo espaço de artes e ofícios

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Tânia Martins e Rafael Sabino são os responsáveis por este novo colectivo

Coletivo artístico quer dar espaços de trabalho e promover exposições com novos autores. Chama-se “Fá-lo” e já começou com exposições em montras

“Fá-lo” é um novo espaço cultural na cidade. Coordenado por Rafael Sabino e Tânia Martins, este projeto quer apostar numa programação cultural ativa e já começou a realizar uma série de exposições.
Os responsáveis tiraram o curso de Design Industrial e prosseguiram para mestrado em Design de Produto na ESAD. Ele é de Lisboa e tem de 32 anos; ela é do Porto e tem 27. Vivem nas Caldas há uma década, período em que constataram que há falta de espaços de trabalho e sobretudo de exposição para os novos autores.

Os artistas e designers das Caldas e da ESAD têm exposto nas montras da sede

“A grande maioria dos estudantes da ESAD é de fora das Caldas e, apesar de existir uma grande interajuda, faltam espaços para mostrar trabalhos”, garantem os autores deste projeto, que é multicultural e quer ser também um espaço pedagógico para divulgação e promoção do trabalho artístico e dos antigos ofícios da cidade.

“Fá-lo” já tem dois espaços de atelier e pretende promover workshops

Apesar de o projeto ainda se encontrar numa fase inicial, o Fá-lo já tem sede. E fica situada na Rua da Feira nº19 (rua perpendicular à Praça 5 de Outubro). Neste momento, já tem a funcionar no seu espaço dois ateliês: um que foi transformado em estúdio de som e um outros para a produção artesanal de têxteis.
O espaço do Fá-lo, que já se encontra na fase final da bolsa Startup Voucher, do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação), ainda quer ser “um espaço de encontro entre as comunidades, que vise a partilha de conhecimento e o trabalho colaborativo”, contaram os designers que, mesmo em confinamento, arregaçaram as mangas e já têm a decorrer o primeiro ciclo de exposições de vários autores e que têm decorrido nas próprias montras da sede.
O coletivo artístico vai ter também uma loja online para vender as peças de autores. Além disso, quer promover artistas e tem projetos para trabalhar com seniores e crianças. Aos mais velhos pretendem ensinar a preencher o IRS e dar a conhecer a público de todas as idades. A gastronomia é outro dos pontos de contacto. “Temos tanta gente por aí que cozinha tão bem que poderíamos também ensinar em workshops, algo do tipo ‘À mesa com’”, dizem os jovens.

O coletivo tem a decorrer o primeiro ciclo de exposições nas montras
da sede

 

Plano de ação
O nome do coletivo, “Fá-lo”, implica a ação e também remete para o tradicional símbolo que está tão ligado à cidade. A sede na Rua da Feira vai manter-se multidisciplinar e versátil, pois um dia pode ser galeria e noutro acolher um workshop. Se tudo correr sobre rodas, Tânia Martins e Rafael Sabino pensam replicar o mesmo tipo de projeto noutros espaços”. Ou seja, espaços de lojas que estão devolutos poderiam ganhar nova vida e até, quem sabe, no futuro constituir-se “um roteiro de artes e ofícios na cidade”, sem esquecer que podem também ter áreas de venda de trabalhos de autor.
Aqueles responsáveis apostam forte na divulgação do seu ciclo de exposições nas redes sociais e fazem “give aways” para o público. “Quem nos ajudar a promover a exposição nas suas redes, habilita-se a ganhar uma obra do autor que está a expôr”, explicam.
Tânia Martins e Rafael Sabino gostariam, também, de criar um espaço onde se aposta na comida e no convívio num espaço agradável “onde se poderia em simultâneo assistir a um artista a trabalhar ao vivo”.

Mostras decorrem até junho. Fá-lo convida o público a divulgar e a habilitar-se a ganhar obras

Além do mais, o Fá-lo promove a interligação com o comércio local e, por isso, não dispensam uma ida à D. Fernanda, a mercearia do bairro “onde se lancha a preços muito acessíveis”, garantiu Rafael Sabino. Já expuseram no Fá-lo autores de Sesimbra, Caldas, Aveiro, Lisboa, Marrazes (Leiria), Porto e até do Brasil.
As mostras duram de terça a domingo e o primeiro ciclo expositivo vai prolongar-se até 13 de junho. Entre os dias 11 e 16 de maio estão patentes nas montras da “Fá-lo” as obras da autora Margarida Pereira. ■