Heitor Figueiredo aproveita as peças da indústria cerâmica para fazer arte

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Heitor Figueiredo junto a algumas das suas criações feitas na fábrica de António Duro
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“Trabalhar no Duro”, assim se designa a exposição de Heitor Figueiredo que abriu ao público na entrada do CCC, a 9 de Março. O ceramista, que vive em Beja, tem ligações às Caldas e desta vez vem apresentar obras que desenvolveu na empresa caldense Portugal Gifts, de António Duro. As obras poderão ser apreciadas até Abril.

As peças de cerâmica poderão ser apreciadas até Abril

Ao longo do último ano, o ceramista Heitor Figueiredo veio várias vezes às Caldas para trabalhar na empresa de cerâmica de António Duro, a Portugal Gifts.
Naquela pequena unidade industrial, situada em Tornada, o autor trabalhou com as peças da produção quotidiana.
De conjugações feitas com alguidares, canecas e desperdícios de cerâmica, sugiram das mãos de Heitor Figueiredo novas esculturas.
O resultado desta cooperação entre o artista e a unidade industrial caldense pode agora ser apreciado na entrada e no café do CCC.
“Primeiro trabalhei com as lembranças, depois comecei a juntar as peças utilitárias”, contou Heitor Figueiredo à Gazeta das Caldas, acrescentando que sempre lhe fez confusão os desperdícios da produção industrial e por isso em várias das suas novas criações acrescentou pequenos pedaços cujo destino era a reciclagem. Usou, de forma artística, asas de chávenas e golas de enchimento e assim surgiram pratos com asas de anjo e travessas cerâmicas decoradas com sardinhas, cujas cabeças e rabos ultrapassam a área da peça. Outras obras deram origem a figuras femininas. Com recurso a desperdícios, o artista fez novas conjugações que formam peças originais para colocar na parede.
Heitor Figueiredo vive há décadas em Beja, mas possui uma forte ligação às Caldas através do Cencal. Este artista é presença habitual em simpósios e exposições internacionais.
Para o empresário, que é também designer, António Duro, esta “foi uma óptima experiência”. Usando as mesmas formas e materiais da sua fábrica, Heitor Figueiredo “construiu obras completamente novas, onde mistura vários materiais e dá-lhes o seu toque de humor”, comentou o empresário que neste momento já emprega 25 pessoas e está a mudar as suas instalações para a Zona Industrial.
O próximo artista deste ciclo – iniciado por Heitor Figueiredo – já está a trabalhar com António Duro. É o escultor Jorge Pé Curto que, neste momento, está a desenvolver um novo modelo de Santo António para entrar em produção na Portugal Gifts.
“Está a ser um bom desafio e o que é novidade é o meu trabalho com a indústria”, comentou o escultor. Pé Curto está também a trabalhar com a Fábrica Bordallo Pinheiro e é o autor da sardinha especial, obra feita para celebrar o aniversário da empresa.

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