O livro “A verdadeira equipa do Marquês de Pombal – Os mercadores banqueiros e a arte da seda”, de Mauro Burlamaqui Sampaio, foi apresentado a 18 de Janeiro na Biblioteca Municipal das Caldas. Na sessão, o brasileiro, que se dedica ao estudo do século XVIII, deu a conhecer quem foram as famílias que auxiliaram o país durante a reconstrução, após o terramoto de 1755. “Não há quase nada a acrescentar sobre a história do marquês de Pombal”, disse o investigador independente que esteve ligado à Universidade Nova de Lisboa. Na sua opinião, o que faltava era contextualizar quem foi o resto da equipa de D. José I naquela época e que ajudaram a realizar as várias reformas no Portugal de setecentos. Famílias de mercadores-banqueiros como os Braancamp, os Van Zeller, os Cruzes e os Burlamaquis estiveram ligados ao monarca e a participar activamente nas reformas que o país necessitava. Em destaque, segundo o investigador esteve também a familia dos Habsburgos. A participação destes banqueiros foi mantida em segredo “para que não se soubesse quem estava a participar nesta demanda reformista”, contou o autor .
Segundo Mauro Sampaio, D. José I vivia revoltado com o atraso que o seu pai, D. João V, tinha deixado o país.
“Era um rei à moda antiga”, disse o orador que, neste momento, se encontra a estudar a documentação do século XVIII das Caldas, na biblioteca e no Hospital Termal.
Uma outra curiosidade abordada na apresentação deve-se da obra ao facto do arquitecto Manuel da Maia, também ligado à Pombal, ter sido um dos responsáveis por uma das remodelações das instalações do hospital das Caldas
Investigar nas Caldas
Para já, Mauro Sampaio encontrou documentação que comprova que D. João V tinha apreço pelas Caldas da Rainha e encetou uma série de obras, às quais D. José I deu continuidade. Há documentos que mostram que este último monarca “mandou aplicar a contabilidade no método mercantil em 1760 no Hospital”, ou seja, havia ordens para que a gestão passasse a ser feita seguindo as normas da contabilidade mercantil
À Gazeta das Caldas, Mauro Sampaio contou que também a Rainha D. Maria Pia vinha usufruir das termas caldenses e não foram raros os contactos com várias personalidades, importantes na vida social e política do país.
Entre outras figuras vieram às Caldas, o magistrado Teotónio Gomes de Carvalho, um homem ligado à Junta do Comércio e que veio negociar com D. Maria e conseguir medidas que tiveram como objectivo melhorar a eficiência do Estado de então. Também nas Caldas viveu durante o século XVII o Abade Correia da Serra, que foi diplomata nos EUA e que veio morar para a cidade onde veio a falecer.