Pedro Batim, o criador caldense que quer investir na moda em Inglaterra

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Gazeta das Caldas
Actualmente, o criador vem às Caldas duas a três vezes por ano
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A viver há dois em Inglaterra, o criador caldense Pedro Batim quer dar a conhecer a moda portuguesa naquele país.
O artista, que já desenhou as fardas para quem trabalha no Hospital das Caldas e para o CCC e que viveu na Alemanha e na Bélgica, mantém-se ligado à sua terra natal, visitando-a duas a três vezes por ano, como contou nesta entrevista, por escrito, à Gazeta das Caldas. Actualmente vive em Leicester, no Reino Unido. 

GC: Viveu a sua juventude e parte da vida adulta nas Caldas. Isso marcou-o?
PB: A cidade das Caldas da Rainha será sempre uma inspiração para mim: a História, as tradições, os costumes, o Hospital Termal, a Rainha D. Leonor, o Bordalo Pinheiro, o José Malhoa e, claro, as pessoas. Uma curiosidade: a cidade onde vivo é a cidade natal da bisavó de Rainha D Leonor (Filipa de Lencastre (Philipa of Lancaster)). Mas talvez a minha forma de ver o mundo tenha também origem no facto de ter vivido a primeira parte da minha vida na Alemanha, depois Portugal e agora Inglaterra.

Cliente comprou toda a colecção

GC: Vive em Inglaterra. Como tem sido a aceitação do público inglês?
PB: Estou há dois anos a viver em Inglaterra e quando cheguei fiz alguns contactos no sentido de perceber como funciona o mundo da moda. Queria frequentar feiras e assistir a desfiles. Quando me apercebi, através dos contactos efectuados, fui convidado a apresentar o meu trabalho no London Fashion Week de 2016. Como não tinha nada a perder, lá fui. No final surgiu um comprador para toda a coleção, o que me surpreendeu. Esta é uma realidade diferente da de Portugal. Tive que repensar e tirar o melhor partido dela. As regras aqui são muito diferentes do que nós pensamos quando conhecemos os países só de visita.

GC: Acha que há espaço e interesse pela moda portuguesa em terras britânicas? 
PB: A Inglaterra é um mercado interessante do ponto de vista cultural e comercial. A sociedade tem hábitos diferentes daqueles que eu estava habituado. Por exemplo, o hábito generalizado que os ingleses têm de se produzir sempre que saem para jantar, ir a um bar, ou a um club.
A minha ideia é a seguinte e não passa da minha opinião: acho importante estarmos representados com o nosso produto nos certames internacionais, se possível, com nome português. Mas ressalvando as excepções, o cliente estrangeiro não nos conhece. E se conhecer, não tem pontos de venda acessíveis onde possa adquirir esse produto.

GC: Consegue  conciliar a sua vida profissional com a criação de moda? Como vai a sua ligação à cozinha?
PB: Por enquanto consigo conciliar todas as minhas atividades aqui porque a minha vida profissional ocupa-me três dias por semana, o que me deixa tempo disponível para investir na moda.
A cozinha por agora está em stand by. Isto é, contacto com a cozinha local, adiciono ao conhecimento adquirido a experimentação em casa.

GC: Tem participado em conferências? 
PB: Em Inglaterra ainda não porque preciso de me sentir um pouco mais confortável com a língua para poder aceitar alguns convites.

GC: Que relacionamento mantém com as Caldas? Vem visitar familiares e amigos?
PB: Caldas da Rainha será sempre uma referência, principalmente porque é o local onde estão as pessoas que tiveram um papel importante na minha vida, e as pessoas que gosto sempre de rever. Normalmente, vou pelo menos duas a três vezes por ano às Caldas da Rainha.

Pedro Batim
50 anos
Casado, dois filhos

Projectos Nacionais/Internacionais que integra: Existe um projecto permanente que sou eu e aquilo em que acredito. Sempre colaborei e incentivei a divulgação da moda. De momento estou a estudar a viabilidade de o fazer fora de Portugal. O produto português não tem muita visibilidade e não esta acessível ao consumidor. Temos muitos produtos de excelente qualidade com um potencial de comercialização interessante neste mercado e estou a avaliar qual a possibilidade de o dar a conhecer e tornar mais acessível.

Locais que frequenta quando vem às Caldas: A Mimosa, o Maratona, o Sabores de Itália, o Daiquiri, a Taska do B3co, o Pátio do Baco, o 120, o Café Central, a Pastelaria Machado.

Passatempos: Fotografia e Cozinha

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