Romance de D. Dinis em destaque na Biblioteca

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Natália Constâncio dando autógrafos no final da sessão
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Romance histórico sobre D. Dinis foi apresentado na Biblioteca

Natália Constâncio esteve nas Caldas, a 7 de junho, para apresentar o livro “ Romance de Dom Dinis. El-Rey que (nom) fez tudo quanto quis” na Biblioteca das Caldas.
Trata-se de um romance histórico que retrata a vida e o relacionamento de Dom Dinis (1261 – 1325)e de Dona Isabel (1270- 1336) e, embora se trate de um romance que apresenta o discurso do Rei, a obra tem como protagonista a Rainha D. Isabel.

“A narradora é do século XVII e a narrativa refere-se ao século XIII”, disse a autora que fez questão de recordar que um romance histórico “é sempre verosímil ou seja “poderia ter acontecido assim ou não”.

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A narradora desta história “é alguém à frente do seu tempo”, contou a criadora do romance acrescentando que esta partiu em peregrinação para a Terra Santa e no regresso quando está em Roma assiste na Igreja de Santo António dos Portugueses ao Sermão da Rainha Santa Isabel, pelo padre António Vieira, em 1674.

Nesta obra há dados históricos mas também muita ficção dado que se trata de um romance.

Ao contrário da maioria dos reis, D. Dinis escolheu a sua noiva, D. Isabel e foi um casamento com amor, não era um contrato entre reinos como a maioria”, disse Natália Constâncio. A infanta Isabel de Aragão no início não tinha grande vontade de se casar mas acaba por aceitar o pedido de casamento de D. Dinis “que era igualmente importante para o reino de Aragão”.

D. Isabel vem muito jovem para Portugal e é uma mulher que acredita na igualdade entre homem e mulher “aos olhos de Deus”, algo que o seu futuro marido vai aceitar.
O casal tinha também vários interesses em comum, nomeadamente, gostavam ambos de literatura e de escrever.

É el rei D. Dinis que inicia o projeto da língua portuguesa pois antes falava-se o galaico-português.

É de facto D. Dinis que implementa a regra de escrever os documentos em português, ideia já iniciada por seu pai, D. Afonso III.

Além de ter instituído que os documentos oficiais passariam ser escritos em língua portuguesa. também está ligado ao início da Universidade de Coimbra e à fundação em Lisboa de um Estudo Geral (futura universidade), em 1290. D, Dinis também foi responsável pela tradução de importantes obras, algumas da autoria do seu avô.
Apesar de ser um romance histórico e, como tal, cruzar dados históricos com ficção “ela era uma mulher muito culta e poderiam ter tarefas conjuntas relacionadas com a escrita”, afirmou Natália Constâncio. A Rainha D. Isabel tinha um selo próprio com que lacrava as suas missivas, algo muito invulgar para uma mulher da época.

Na opinião da investigadora, a rainha D. Leonor poderá ter-se inspirado na Rainha D. Isabel pois ambas “eram muito cultas e educadas para o bem e para se preocuparem com o bem comum”.

A autora é doutorada em Estudos Portugueses e Investigadora Integrada do IELT (NOVA-FCSH). Coordena, com o historiador Daniel Alves (IHC-NOVA-FCSH), o “Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental”.

É ainda autora do romance “O Homem que Vivia Dentro dos Sonhos” (2016) e de “A Súplica de D. Pedro” (2014).

Atualmente Natália Constâncio é professora nos ensinos básico e secundário. A autora já tem um outro romance histórico no prelo que será dedicado a Tróia.“Fiz um estudo sobre a Íliada e a Odisseia e vou dedicar o próximo livro a Troia”, disse a escritora que gostou de vir às Caldas para dar a conhecer este seu romance histórico dedicado a um casal real suis generis.

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