Semana Internacional do Piano em Óbidos atraiu jovens de 18 nacionalidades

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Os alunos que participaram nas masterclasses de piano durante a atuação final

Semana Internacional do Piano de Óbidos teve masterclasses e 13 concertos que decorreram em vários espaços obidenses

O pianista Artur Pizarro encerrou o 28ª edição da Semana Internacional de Piano de Óbidos, a 9 de agosto.
A interpretação de obras de Fauré, Rachmaninoff e de dois compositores brasileiros foi aplaudida de pé pelo público que encheu a Casa da Música. “Bravo!” repetiram várias pessoas que aplaudiram o consagrado pianista.
A plateia esteve cheia com ouvintes de todas as idades, incluindo os jovens que participaram nas masterclasses da Sipo e que assistiram à atuação de Artur Pizarro no palco da Casa da Música, próximo do intérprete.
Manuela Gouveia, diretora artística da SIPO e também presidente da Associação de Cursos Internacionais de Música não podia estar mais satisfeita com esta edição pois o evento incluiu 13 concertos, entre recitais de piano, de música de câmara e concertos com orquestra que estiveram sempre cheios. Nalguns houve até gente em lista de espera para comprar bilhete, em caso de haver desistências.
“Tivemos um acréscimo de público, foi notório”, disse a organizadora que crê que a antecipação do horário de início das atuações 19h00 em vez das 21h00 “acabou por ser benéfica” e conseguiu atrair público de mais longe.
“Temos uma procura crescente de alunos estrangeiros pelas nossas masterclasses”, referiu a pianista. Os alunos que terminaram a sua formação académica reconhecem a importância de trabalhar com pianistas, também pedagogos, reconhecidos internacionalmente e vêm também para conhecer o Oeste durante uma semana. “Oferecemos uma formação em residência, algo que não é tão comum assim”, disse a docente que acha que não tem formações congéneres pelo menos em Portugal.
A iniciativa, que prima pela diversidade cultural, teve alunos de piano com um grande nível e “esperemos poder continuar a manter esta exigência”, acrescentou. A Sipo é preparada com um ano de antecedência e conta com o apoio da DGArtes.
Ao todo participaram 25 alunos, cinco portugueses e os restantes oriundos de 18 países (Espanha, França, Alemanha, Hungria, Kosovo, Eslováquia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos da América, México, Equador, China, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Japão). Estes estudantes tiveram dias intensivos de ensino de piano – oito horas – e muitas aulas individuais com Boris Berman (EUA/Rússia), James Giles (EUA), Manuela Gouveia (Portugal) e Jun Kanno (Japão).
Além dos espaços formais somaram-se ainda seis pianos de estudo que estiveram em vários locais do interior da muralha e que auxiliaram a “espalhar” as melodias do piano por toda a vila.
“Foi uma grande festa da música, com a interpretação de temas de mais de quatro séculos”, concluiu a pianista.
Do programa da Sipo ainda fez parte uma conferência do compositor Sérgio Azevedo e uma exposição da escultora Isabel de Andrade, que ainda se encontra patente na Casa da Barbacam, em Óbidos, até ao final do mês de agosto.
Além da Sipo, a organização é também responsável pelo Festival Internacional de Piano do Oeste que inclui concertos pelas salas de espetáculos do Oeste como aconteceu nas Caldas no CCC e no Museu Leopoldo de Almeida e em Óbidos no Santuário do Senhor da Pedra e também na Casa da Música.
Em relação ao Festival de Piano do Oeste, a diretora artística Manuela Gouveia considera que o público tem vindo a crescer e que tem contado “com mais apoio e maior promoção ”por parte das autarquias onde os concertos, que são comentados, decorrem. “Queremos continuar a crescer e a organizar recitais em mais concelhos do Oeste”, rematou a pianista. ■