“Uma esplêndida lição” para apreciar no Museu de José Malhoa

0
491
Os responsáveis do museu Malhoa e da Museu e Monumentos, ladeando a curadora da mostra
- publicidade -

Abriu ao público, no sábado, a mostra que reúne obras de Maria de Lourdes de Mello Castro, artista que discípula do pintor naturalista caldense

Abriu a 24 de maio, no Museu de José Malhoa, a exposição dedicada a Maria de Lourdes de Mello e Castro (Tomar, 1903 — Lisboa, 1996), numa inauguração muito participada e que contou com o presidente da empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP).

A mostra, com curadoria da pesquisadora caldense Sofia Bandeira Duarte, reúne mais de 70 obras da artista, incluindo pinturas, desenhos, documentos pessoais e publicações.
Esta exposição que permite conhecer, de forma aprofundada, diferentes fases da produção artística de Maria de Lourdes de Mello e Castro, pintora naturalista que foi discípula de José Malhoa, entre 1921 e 1933, data da morte do pintor caldense. As aulas decorreram em Figueiró dos Vinhos. Segundo Nicole Costa, diretora do Museu Malhoa, a mostra resultou de uma proposta da curadora e proporcionou a ligação entre as entidades caldenses e a família da artista.

- publicidade -

Por seu lado, Alexandre Pais, da Museu e Monumentos de Portugal (MMP), destacou o facto de haver obras nesta exposição, algumas desconhecidas do grande público, e que pertencem à família da artista, às Câmaras de Tomar e de Coimbra ou às coleções dos museus Malhoa, Casa Museu Egas Moniz e Bordalo Pinheiro. Esta é pois uma oportunidade de ver a obra de Maria de Lourdes de Mello e Castro, “autora um pouco esquecida pela historiografia”, disse Alexandre Pais.

A curadora afirmou que estuda a vida e obra da artista há quatro anos e o facto da autora se dedicar a um naturalismo tardio “é perfeitamente legítimo já que era neste tipo de pintura pois “via-a como a pintura verdadeira”.

Infelizmente não era fácil para as mulheres vingarem nas artes na época. “Eram até ridicularizadas pela crítica por irem contra as expetativas sociais”, disse a curadora que tem publicações sobre a artista, tais como “Tomar na Vida e na Obra de Maria de Lourdes de Mello e Castro”. Presente na mostra esteve o filho da artista, Luís Alvellos, que agradeceu pelo trabalho feito em volta da obra da sua mãe.

Curadora e diretora do Museu gostariam que esta mostra tivesse um caráter itinerante e há disponibilidade para que a exposição possa ser vista noutras localidades. A mostra, patente no Museu Malhoa até 27 de setembro,terá atividades paralelas como visitas orientadas, oficinas e programação musical.

Inventariar e digitalizar a coleção
A transição do Museu de Cerâmica para a autarquia caldense é um processo que está em curso e no momento “estamos a inventariar e a digitalizar o acervo do museu”, disse Alexandre Pais, da MMP à Gazeta das Caldas. Já foram digitalizadas 305 peças da coleção e que será disponibilizado para o novo museu.

“Há muito trabalho realizado na sombra”, disse o responsável afirmando que “estamos a trabalhar com a Câmara para retirar a coleção do espaço para podermos iniciar a obra”.
Alexandre Pais diz que entende a preocupação da população com o Museu de Cerâmica mas “há muito trabalho invisível que tem que ser feito e só depois deste estar feito é que podemos avançar para a intervenção”. Esta já ultrapassa o milhão e 600 mil euros. Mais adiantado está o processo de transição do Museu Joaquim Manso para a Câmara pois o que faltava era, da parte da MMP, “concluir a musealização”. Como tal, está para breve a passagem do museu para a autarquia nazarena.

- publicidade -