Futsal: Beatriz Santos faz história no Golpilheira

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Beatriz Santos tinha 16 anos, 4 meses e 4 dias quando debutou na 1ª Divisão, no Pavilhão João Rocha. A 6 de outubro de 2019, a caldense estreava-se pelo Golpilheira na visita ao Sporting (2-1) e, apesar de ainda ser juvenil, convenceu a técnica Teresa Jordão a conceder -lhe uns minutos diante das leoas. Ano e meio depois, a ala é titular na equipa do concelho da Batalha e desperta a cobiça dos grandes, com Sporting e Benfica a lutarem pela contratação deste talento.

Produto da formação da AD Alvorninha, “Bia” já fez história, ao tornar-se a mais jovem caldense de sempre a estrear-se no escalão principal, mas assume que a adaptação ao futsal sénior “foi complicada”.

“Na formação, sempre joguei com rapazes e isso permitiu-me ter intensidade de jogo relativamente a outras jogadoras. Mas, de repente, passei de juvenil para sénior e estava a jogar com mulheres, algumas com o dobro da minha idade”, recorda a futsalista, que valoriza “o apoio” da treinadora para ultrapassar as dificuldades e o salto de Alvorninha para os grandes palcos.

Filha de David Santos, presidente da AD Alvorninha, o futsal fez parte da vida de Beatriz desde que se lembra. “A minha mãe diz que comecei a andar a correr atrás de uma bola. Quando o clube criou os escalões jovens de futsal decidi inscrever-me e o futsal passou a fazer parte da minha vida e assim quero que continue”, salienta a jogadora, que não esconde o sonho de chegar ao profissionalismo.

“Tenho o plano A e o plano B. Vou prosseguir os estudos, mas gostava mesmo de seguir o futsal e jogar ao mais alto nível, sendo que, para isso, terei de trabalhar muito”, assevera a rapariga, de 17 anos, que espera seguir o curso superior de Contabilidade ou Gestão, por “influência” do pai.

Quando recebeu a notícia da convocatória para a Seleção Nacional, Beatriz Santos não partilhou de imediato o feito com os mais próximos.

“Não disse nada a ninguém. Recebi um telefonema da minha treinadora e do [Ricardo] Oliveira [coordenador da AD Alvorninha], mas não entrei em euforia. A minha mãe, minutos depois, ligou-me, a perguntar se não tinha nada para lhe dizer e lá lhe contei”, recorda, entre sorrisos, a jogadora, que contabiliza 1 golo em 4 internacionalizações pelas Sub-19.

E quanto ao futuro? Com Sporting e Benfica na corrida, a ala tem um futuro risonho pela frente, mas a prioridade, para já, é outra. “Não quero pensar muito nisso. Agora estou apenas concentrada em ajudar o Golpilheira e ficar na 1ª Divisão e lá mais para a frente tomarei a decisão que for melhor para mim”, remata.