Cerca de 100 adeptos do clube encarnado assinalaram a data. Presidente da coletividade lembrou dificuldades, mas adiantou que esta está a recuperar e tem plano “ambicioso” para 2025
A Casa do Benfica nas Caldas da Rainha (CBCR) celebrou na passada sexta-feira, 29 de novembro, o 72ª aniversário, numa festa que contou com cerca de 100 caldenses adeptos do clube da águia e ainda com o antigo jogador Isaías e o vice-presidente do Benfica com a tutela das Casas do Benfica, Domingos Almeida Lima.
Edmundo Carvalho, que em março deste ano assumiu a presidência da instituição caldense, a segunda mais antiga Casa do Benfica do país, começou por agradecer a presença dos benfiquistas na cerimónia. “Sem vocês, nada disto seria possível”, disse, acrescentando que, a forte adesão “é sinal de que a CBCR está bem viva e tem o apoio dos sócios e de todos os benfiquistas”.
Numa pequena resenha histórica, Edmundo Carvalho lembrou que a casa foi criada a 13 de setembro de 1952 e teve a primeira direção eleita liderada por Calheiros Viegas. Ainda nesse ano, foi constituída uma comissão de angariação de fundos para as obras do estádio do Sport Lisboa e Benfica, “o velhinho estádio da luz inaugurado em 1 de dezembro de 1954, onde o nosso querido clube nos deu tantas glórias”, recordou. “Durante o ano de 1953, foram feitas algumas iniciativas para angariação de fundos, como o leilão de loiça das Caldas, o sorteio do Benfica, apoio da CBCR na chegada do rali do Benfica às Caldas, um raid ciclo-turístico de 2000 quilómetros em 14 etapas, entre outras iniciativas”, acrescentou.
É por todo este histórico glorioso da CBCR, que toda a atual direção e os órgãos sociais trabalhamos, no sentido de a reerguer e fazer crescer”, continuou. Edmundo Carvalho registou que a coletividade tem hoje cerca de 70 atletas na patinagem artística, “com a grande maioria a competir a nível nacional”, e duas equipas de padel em competição nas provas da federação, com cerca de 20 atletas em formação. “Temos também a funcionar, no Pavilhão da Mata, uma classe de ginástica sénior, com 22 elementos e que queremos ampliar”, notou. O dirigente acrescentou, ainda, que em janeiro será criado um grupo de pedestrianismo, e que foi já enviado ao município um plano de atividades para 2025 “ambicioso e a pensar em todos vós, tendo em vista a ampliação e melhoria de toda a atividade e condições na sede e proporcionar também aos atletas todas as condições possíveis”.
A atual direção assumiu os destinos da Casa do Benfica em março deste ano, terminando um vazio diretivo. “Encontrámos a nossa Casa encerrada e numa situação muito difícil, sem recursos disponíveis e com um elevado passivo”, disse Edmundo Carvalho, mas “em apenas oito meses conseguimo-la reerguer e credibilizar, fruto de muito trabalho e dedicação de uma equipa fantástica, que tenho a honra e o orgulho de liderar”.
Isaías, um dos ícones do Benfica na primeira metade da década de 1990, reconhecido pelo poder goleador e o seu “pontapé canhão”, não ficou indiferente à história da fundação da Casa do Benfica caldense. “A Casa do Benfica serviu para angariar fundos para construir o estádio onde tive a oportunidade de ser e de fazer todos os benfiquistas felizes, é mais um detalhe de história que fica guardado para a minha carreira”, disse, recordando o antigo Estádio da Luz, “que quando estava cheio, o adversário tremia”.
A representar a Câmara das Caldas na cerimónia, António Vidigal enalteceu a “coragem” de Edmundo Carvalho e da sua equipa “por não deixar que a Casa do Benfica tivesse um fim inglório”, desejando “coragem, porque o trabalho está a resultar”. Num momento com humor à mistura, António Vidigal assumiu ser adepto do clube rival, mas deu os parabéns a Isaías pela carreira. “Deste muitas dores de cabeça deste ao Sporting…”, apontou.
A encerrar os discursos da noite, Domingos de Almeida Lima mostrou-se “grato” por encontrar a Casa do Benfica caldense numa situação diferente da que encontrou na última visita. “Hoje está bem, caminha a passos largos para uma situação de estabilidade e de manutenção do que é o apoio da prática desportiva aos jovens das Caldas, uma das missões das Casas do Benfica”, disse, lançando o repto para que a coletividade possa voltar a ter o futsal, “mas terá que ter sustentabilidade”.
O jantar de aniversário realizou-se no Restaurante Lisboa e contou com a animação da fadista caldense Sandra Caetano. ■