
O Caldas perdeu o jogo que tinha em atraso com o Anadia com mais dois golos consentidos e falta de eficácia na frente. O resultado fez soar o alarme de crise e José Vala colocou o lugar à disposição.
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Bruno Vieira, AF Lisboa
Assistentes: Daniel Soares e Vítor Calhé
CALDAS 1
Luís Paulo [2]; Passos [2] (Iuri Gomes [1] 85’), Militão [2], Rui Almeida [2] (C) e Farinha [2]; Paulo Inácio [2] (David Silva [1] 74’) e Simões [2]; Marcelo [2] (Cascão [1] 66’), Leandro [2] e Januário [2]; Rafael Silveira [2]
Não utilizados: Rui Oliveira, Gaio, André Santos, Bernardo Rodrigues
Treinador: José Vala
ANADIA 2
Alexandre Verdade; João Nogueira (C) (Ruben Silvestre 71’), Pedro Santos, Michael Santos e Rui Rainho; Aranha, Kingsley e Maurício Júnior; Manuel Garruço, Marcelo Santiago (Firmino 80’) e Leandro Vieira
Não utilizados: Manuel Gama, Xandão, Sérgio Nogueira, Tomás Rasteiro, Diogo Ribeiro
Treinador: Nuno Pedro
Ao intervalo: 1-2
Marcadores: Kingsley (17’, Rafael Silveira (32’ gp), Leandro Vieira (40’)
Disciplina: amarelo a Maurício Júnior (31’ e 75’), Leandro (35’), Marcelo Santiago (44’), Pedro Santos (52’), Iuri Gomes (86’), Firmino (86’), Simões (90’) e Ruben Silvestre (90’+2). Vermelho por acumulação a Maurício Júnior (75’)
Foi a sétima derrota em 15 jogos para o Caldas, e o terceiro desaire caseiro em oito encontros disputados nas Caldas. Foi também a terceira derrota consecutiva no campeonato.
Numa jornada em que os pelicanos poderiam ganhar alguma tranquilidade (vencendo aumentavam a margem para a linha de água para os quatro pontos), com uma recepção ao último classificado na agenda para o início de 2019. O círculo apertado em que os jogadores se juntaram antes do apito inicial era sinal da importância do desfecho deste encontro.
Contudo, tudo saiu frustrado no passado sábado para o Caldas, perante um Anadia que veio com a lição bem estudada, que deixou os alvinegros terem bola, mas cortando-lhe os espaços à entrada do seu terço de terreno defensivo, e que acabou por ser cirúrgico no ataque, contando até com alguma dose de felicidade nesse aspecto.
Ao minuto 13 começou a desenhar-se o destino do Caldas no jogo. Após livre cobrado por Simões à esquerda, a bola sobrou para Januário rematar para uma grande defesa de Alexandre Verdade. Quase na resposta marcou o Anadia. Lançamento lateral junto à área do Caldas, Militão corta no ar, mas a bola bate em Rui Almeida e fica em Garruço, que faz um passe atrasado para Kingsley inaugurar o marcador.
O Caldas sentiu o golo, mas continuou a lutar e conseguia anular o efeito daquele lance quando, à meia hora, em novo livre levantado para a área agora por Januário, Maurício empurrou Rafael Silveira e levou o avançado do Caldas para a marca dos 11 metros, de onde este não vacilou, fazendo o empate.
As coisas podiam agora inverter-se, mas rapidamente o Anadia recuperou a vantagem em novo lance esquisito. Tudo começou com um encosto de Aranha em Rafael Silveira no meio campo ofensivo do Caldas que pareceu falta, Simões deu um charuto para o ar e Militão também não conseguiu controlar a bola, já Kingsley isolou de primeira Leandro Vieira e este bateu a saída de Luís Paulo.
Pouco depois, Januário isolou-se após um canto a favorecer o Anadia, só com Alexandre pela frente tentou o remate na passada quando podia, com mais confiança, ter tentado o drible. O guarda-redes defendeu com o pé.
Na segunda parte, quando o Anadia desperdiçou uma grande penalidade para fazer o terceiro (Marcelo acertou no ferro), o Caldas podia ter uma importante injecção de moral. Contudo, o domínio de jogo que tinha era inconsequente em termos ofensivos, com um Anadia muito bem organizado a defender, mesmo depois de se ver reduzido a 10 elementos. E nem para o empate deu.
No final do jogo o grupo ficou vários minutos em conversação no balneário e José Vala levantou a possibilidade de ceder o lugar, mas o grupo só voltou a treinar na quarta-feira, já depois do fecho desta edição e não estava ainda confirmado o desfecho desta situação.
MELHOR DO CALDAS
Rafael silveira 2
Ganhou e concretizou a grande penalidade. Teve um jogo ingrato, procurou trabalhar na frente, mas o Caldas tem tido grandes dificuldades para fornecer jogo em qualidade ao seu ponta-de-lança.
JANUÁRIO, JOGADOR DO CALDAS
ENTRÁMOS MAL OUTRA VEZ
Entrámos mal no jogo outra vez. Tínhamos que mudar isso, não conseguimos, eles marcaram num lance que nem foi uma oportunidade de golo. Perdemos e temos que voltar a trabalhar e tentar marcar golos. Podemos sofrer dois mas temos que marcar três. Vamos ter uma pausa, mas trabalhar em cima de uma derrota é mais complicado que em cima de uma derrota, vamos passar o Natal e o ano e seria melhor se tivéssemos ganho…
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
MOMENTO DE REFLEXÃO
Estamos num momento em que os adversários nem precisam de criar oportunidades porque nós facilitamos. É um momento mau, a equipa está sobre brasas e está a ser difícil de superar. Acreditávamos que este jogo podia ser diferente, mais uma vez sofremos golo muito cedo. Os jogadores deixaram tudo em campo, jogando bem ou mal, mas não conseguimos pontuar. Vamos ter uns dias de reflexão, falámos um bocadinho em grupo e disse que neste momento, mais do que treinador, sou um adepto deste clube e a minha reflexão passa por saber se o melhor para o Caldas é uma mudança de treinador. Se juntamente com os jogadores e a direcção for entendido dessa forma, espero que o Caldas entre bem em 2019, seja com que treinador for.
NUNO PEDRO, TREINADOR DO ANADIA
O CALDAS FOI pouco obejctivo
Estudámos o Caldas, sabíamos que nos últimos jogos tinha ascendente em posse de bola sobre o adversário mas que nem sempre é muito objectiva. Demos-lhe a bola e pusemo-los desconfortáveis, sem grandes opções. Não fomos muitas vezes para o ataque mas quando fomos foi para matar o jogo e foi o que aconteceu.