
Estádio do Mergulhão, Cesar
Árbitro: Pedro Maia, AF Porto
Assistentes: Hélder Casanova e Jorge Silva
Cesarense 1
Raphael; Edu, Guilherme (Lucas 58’), João Edgar (C) e Cauê; Fábio Ferreira, Maurício (Diogo Mota 87’) e Pedro Nova; Ângelo, Júlio Alves e Chapinha (Banana 73’)
Não utilizados: Diogo Almeida, Pardal, Danilo, Diogo Pereira
Treinador: Carlos Secretário
Caldas 2
Luís Paulo [4]; Juvenal [4], Rony [4], Militão [4] (C) e Clemente [4]; Simões [4] e André Santos [4]; Januário [3] (Vítor Tarzan [4] 66’), Felipe Ryan [4] (Rui Almeida [1] 90’+1) e Farinha [3] (Cruz [4] 66’); João Tarzan [4]
Não utilizados: Natalino, Cascão, Bé, Marcelo
Treinador: José Vala
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Ângelo (30’), Juvenal (69’) e João Tarzan (87’ gp)
Disciplina: amarelo a Januário (31’), Felipe Ryan (68’), Simões (78’) e Pedro Nova (89)’
O Caldas é uma das 32 equipas que vão disputar a quarta eliminatória da Taça de Portugal e inscreveu-se no sorteio após uma cambalhota no marcador em Cesar, conseguida numa segunda parte de muito trabalho e de um acreditar inesgotável.
Tal como em Mafra, o Caldas começou atrevido e fez os primeiros remates do jogo, embora desenquadrados com a baliza. Mas aquele início não foi mais do que prometedor.
Com um meio-campo com duplo pivot ofensivo, o Cesarense começou a obrigar o Caldas a recuar as linhas do meio-campo. Ao quarto de hora a subida de rendimento resultou no primeiro lance flagrante. A bola chegou à direita a Ângelo, que entrou na área e atirou para a defesa de Luís Paulo, o guardião teve que reagir rápido para parar novamente a recarga de Maurício.
O Caldas não desistia de tentar o ataque, mas não era feliz na forma como o fazia. Os passes no último terço do terreno não entravam e os remates de longe teimavam em errar o alvo. E à meia hora de jogo as coisas complicaram-se. Os avançados do Cesarense trocaram todos de posição e isso parece ter resultado. Chapinha foi à direita cruzar depois de um trabalho de Júlio Alves, Ângelo apareceu na zona de finalização e abriu o marcador com um golpe de cabeça bem dirigido.
Não era só a desvantagem que preocupava as hostes caldenses, era sobretudo a forma como o jogo ofensivo da equipa não estava a sair. A estatística ao intervalo dizia que o Cesarense rematava mais e melhor e também tinha mais cantos conquistados.
Mas desistir não era opção. Embalada por adeptos que nunca desistiram de cantar em apoio (com um comportamento exemplar, registe-se, mesmo obrigados pela direcção do Cesarense a ficar sob um sol escaldante apesar de haver uma secção disponível com sombra) e por uma força de vontade a toda a prova, a equipa caldense deu a volta ao marcador.
As coisas começaram a mudar quando ao minuto 54 João Tarzan assistiu Ryan para dois remates sustidos por Raphael em cima da linha de golo. Era possível marcar. E isso confirmou-se precisamente 15 minutos depois. Um golaço de Juvenal.
O Cesarense reagiu e o jogo abriu. Diga-se que qualquer das formações podia ter chegado à vantagem, mas o esforço do Caldas foi recompensado num ataque bem escrito por Vítor Tarzan e interpretado por Cruz, travado em falta por Lucas já na área, e por João Tarzan, que converteu o penalti no golo da vitória.
Melhor do Caldas
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Juvenal 4
Foi a ‘cavalgada triunfal’ do lateral direito ao minuto 69 que reabriu as portas do apuramento ao Caldas. Quando todas as formas de chegar à baliza estavam a falhar, tentou um movimento interior, levantou a cabeça e colocou um remate espectacular ao poste mais distante que deixou o Cesarense desorientado e serviu de tónico para o esforço final dos alvinegros.
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Vítor Tarzan, jogador do Caldas
Grande segunda parte
Entrámos bem, a mandar no jogo, mas infelizmente tivemos o azar de sofrer o golo. Não perdemos a cabeça, fomos para cima deles com uma grande segunda parte e aqui está o resultado. Sem dúvida que o Caldas está numa grande fase, estamos muito fortes. Quero deixar um grande abraço ao meu irmão [João Tarzan] que é um campeão com muita classe. Eu penso muito na equipa e pouco em mim, agradeço ao mister pela oportunidade que me deu e sempre que o fizer vou dar 100%.
José Vala, treinador do Caldas
Muito bom para o Caldas
Na primeira parte já tínhamos mais qualidade de jogo, o resultado só era merecido ao intervalo porque teve oportunidades e nós acabávamos por falhar na situação de último passe e de cruzamento. Temos que passar de nível, não podemos jogar só bem e na segunda parte passámos. Se formos mais eficazes no último terço temos condições para mais resultados destes. Não fizemos este resultado contra uma equipa qualquer, é uma equipa muito forte e é muito bom para o Caldas e para estes jovens.
Silêncio
Passada quase uma hora do final do encontro o treinador do Cesarense, Carlos Secretário, não tinha ainda comparecido junto dos jornalistas, pelo que não foi possível recolher o seu comentário.
À espera de um “grande” com 14 mil euros no bolso
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A prestação do Caldas nesta edição da Taça de Portugal já rendeu ao Caldas 14 mil euros em prémios de participação, contando já com o valor que o clube vai receber pela presença nos 16 avos de final. A verba pode subir consideravelmente caso a sorte dite um confronto com um dos três “grandes”.
Quando esta edição da Gazeta das Caldas estiver nas bancas já será conhecido o próximo adversário dos pelicanos. Entre os 31 possíveis adversários estão 13 equipas da I Liga, entre os quais os três grandes, oito formações da II Liga e 10 que resistem do Campeonato de Portugal. As hipóteses são, assim, ainda muito variadas e o sorteio até pode ditar mais um jogo acessível para o Caldas. A certeza é, contudo, que o próximo adversário não será o mesmo que afastou o Caldas das duas últimas edições, o Estoril, que perdeu em casa do Farense.
A campanha na Taça de Portugal assume relevo para o Caldas por duas razões distintas. Para os jogadores, é uma montra que lhes permite serem observados por outros olhos atentos aos talentos que podem dar o salto para outros patamares. Para o clube, é uma importante fonte de receita.
E neste último aspecto a participação na presente edição da Taça está a ser particularmente compensadora. Até agora, o Caldas já garantiu 14 mil euros de receita de prémios de participação, cerca de um sexto do orçamento total da equipa sénior para a presente temporada. Este valor pode subir substancialmente se pelo caminho se atravessar um clube grande, ou outro que levante interesse por uma transmissão televisiva. Nesse caso, só os direitos de transmissão renderiam 75 mil euros e os custos da época ficariam automaticamente assegurados. A esse valor acresceria eventual receita de bilheteira.
Caso o Caldas passe mais uma ronda, igualando dessa forma a presença nos oitavos de final de há duas épocas, assegura mais 7.500 euros de prémio.