Pelicanos estiveram a vencer, mas permitiram a reviravolta na segunda parte
O Caldas está fora da Taça de Portugal, à terceira eliminatória. E se tantas vezes no passado recente foram os pelicanos tomba gigantes, desta vez a surpresa esteve do outro lado do campo, com o Tirsense, do Campeonato de Portugal, a eliminar um Caldas de divisão superior.
Podia iludir essa diferença de escalões, assim como o facto de o Caldas estar melhor classificado na sua divisão do que o adversário. Mas o Tirsense vinha numa série positiva e não veio às Caldas para defender. Aliás, a equipa de Luís Norton de Matos começou mesmo o jogo ao ataque e até viu um golo anulado ainda ao minuto 10.
O Caldas, a procurar reencontrar-se após a pesada derrota em Lisboa, teve muitas dificuldades no primeiro tempo para controlar as operações de jogo. O meio campo do Tirsense foi muitas vezes superior ao do Caldas. A formação do norte era mais capaz de ter bola e o Caldas só a espaços conseguia sair em ataque organizado. Foi, de resto, numa transição que os pelicanos chegaram à vantagem, ao minuto 21. Ebah Viegas, lançado à direita, ganhou o um para um com um defensor e atirou cruzado, com a bola a bater no poste antes de entrar.
E noutra transição os pelicanos podiam ter feito o segundo. Ficou a dúvida se Gonçalo Barreiras foi derrubado em falta, já na área, ou se o corte de Maia foi um risco que compensou.
A vantagem era lisonjeira para o Caldas, mas servia. Só que durou pouco. O Tirsense mexeu na estrutura ao intervalo e uma das mudanças foi a subida do lateral Óscar para a extrema direita. E foi Óscar quem fez a jogada e finalizou, ao minuto 51, no golo do empate.
O Caldas parecia reagir bem, com as entradas de Pepo e Balelo (reforço em estreia no ataque) a darem consistência à equipa. Sobretudo o camisola 5 trazia tranquilidade e método na posse de bola.
O Tirsense parecia resignado a jogar para o empate, mas ao Caldas faltava velocidade de processos no último terço. E no melhor pano caiu a nódoa. Foi uma perda de bola de Pepo que permitiu a Júlio chegar ao 1-2.
O processo ofensivo do Caldas não melhorou e o mais perto que os pelicanos estiveram do empate foi num lance de Pepo em que se reclamou mão de um defensor na área. ■
“Temos que ser mais agressivos”
“Foi sempre um jogo equilibrado, estávamos à espera disso”, começou por dizer José Vala que reconhece algumas dificuldades no primeiro tempo para controlar o jogo. “Acabámos por chegar ao golo”. “A nossa segunda parte foi melhor do que a primeira, mas as duas vezes que o Tirsense lá foi fez golo”. José Vala realça que a equipa esteve melhor no plano da organização defensiva, “mas continuamos com alguma dificuldade em termos ofensivos, em zonas de finalização. Éramos uma equipa que recuperava muitas bolas em zona alta, estamos a ser quebrados com alguma facilidade. Temos que encontrar soluções para sermos mais agressivos”, concluiu. ■
Momento do jogo
O golo da vitória do Tirsense. O Caldas estava a controlar a partida, ainda que não estivesse a conseguir criar ocasiões de perigo, e a entrada de Pepo parecia dar clarividência ao jogo alvinegro. Mas ao minuto 76 houve golpe de teatro, com o internacional por Moçambique “ao barulho”. Pepo foi surpreendido por Giovanny em zona defensiva, o avançado partiu para a área do Caldas e assistiu Júlio, que a deslizar no relvado conseguiu desviar a bola para o fundo da baliza… ■