Susto a três minutos do fim valorizou primeira vitória em casa

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João Tarzan pôs os caldenses a festejar duas vezes |J.R.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Flávio Lima, AF Lisboa
Assistentes: Fábio Félix e José Costa

CALDAS 2
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Militão [4], Rui Almeida [3] (C) e Clemente [3]; Simões [4] e Felipe Ryan [3] (André Perdiz [1] 90’); Januário [3] (Farinha [2] 66’), Marcelo [3] e Cruz [3] (Bé [1] 84’); João Tarzan [4]
Não utilizados: Natalino, Cascão, Araújo, Vítor Tarzan
Treinador: José Vala

ELÉCTRICO 1
Gonçalo Guerra; Miguel Oliveira, Paéco, Apollo Razak e Varela (João Silva 61’); Sadjó Buaro (Luís Dias 57’), Matheus (Guilherme 58’), Ayo Adeniran e Vitinho (C); Cláudio Alves e Aguinaldo
Não utilizados: Hemiliano, Xico Pereira e João Lobo
Treinador: Pedro Canário
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: João Tarzan (22’ e 89’), Ayo Adeniran (87’)
Disciplina: Amarelo a Miguel Oliveira (6’), Simões (35’), Rui Almeida (44’ e 86’). Vermelho por acumulação a Rui Almeida (86’)

O Caldas está embalado numa série de três vitórias e seis jogos sem perder. Faltava ao grupo alvinegro vencer em casa para o campeonato, o que conseguiu no último sábado frente ao Eléctrico. A exibição foi convincente e a justeza da vitória não deixa dúvidas, mas a margem mínima deixou pouca margem de manobra e o Caldas não se livrou de um susto quando os alentejanos empataram a três minutos do fim e ficaram em vantagem numérica.
A equipa do Eléctrico chegava às Caldas com um curioso registo, sem vitórias no campeonato, mas sem derrotas fora de casa, o que ‘casava’ na perfeição com a falta de vitórias dos alvinegros no seu terreno.
O Caldas entrava apostado em acabar com ambos os registos, mas a primeira grande situação de perigo até foi para o Eléctrico, com Sadjó a acertar na barra após um cruzamento da direita.
Mas o Caldas alinhava-se com o que tinha produzido no jogo da Taça com o Montijo, uma semana antes. Com André Simões a ganhar nova vida nesta fase da época na posição 6 e um bloco com linhas curtas, o Caldas era uma equipa bem posicionada no terreno e muito eficiente na recuperação de bola. Essas recuperações eram rapidamente transformadas em jogadas de ataque como uma forma muito vertical de atacar a baliza. E mesmo os lances de bola parada a cruzar para a área, nos quais os pelicanos não costumam ser muito fortes, estavam a ameaçar a baliza de Gonçalo. Cruz esteve perto do golo em duas ocasiões.
Foi com justiça que ao minuto 23 o Caldas chegou à vantagem. Marcelo na direita assistiu João Tarzan para o golo 40 com a camisola do Caldas.
O Eléctrico tinha dificuldades em passar o bloco caldense, mas fê-lo por mais duas vezes na primeira parte. Na primeira faltou arte a Mateus para isolar Aguinaldo. Na segunda o avançado passou por Militão, mas não por Luís Paulo.
O jogo manteve a toada na segunda parte, com o Caldas muito mais empenhado e próximo do segundo golo. Simões esteve perto de assinalar o jogo 200 pela equipa principal do Caldas com um golaço, num remate à entrada da área. Gonçalo não deixou.
O cronómetro avançava e o segundo golo não chegava. E ao minuto 86, num contra-ataque, o Eléctrico ganha um livre em situação perigosa. Rui Almeida fez a falta e viu o segundo amarelo. No livre Ayo não deu hipóteses a Luís Paulo.
Era um balde de água gelada nas hostes caldenses. Mas a reacção não podia ter sido melhor. Jogada pela esquerda, centro para João Tarzan desviar para o poste e marcar na recarga. Foi a explosão de alegria no campo, no banco e na bancada.

MELHOR DO CALDAS

João Tarzan 4
Chega à quinta jornada com seis golos e a marcar em todas as partidas. Primeira parte a um nível superior, na qual assinou o golo 40 pelo Caldas. Na segunda, mais apagado também por força do desgaste, acabou por assumir novamente o papel principal com o golo da vitória.

André Perdiz, jogador do Caldas

Emoção da estreia
A ponta final foi sofrida, com a expulsão do nosso capitão e o golo. Mas o grupo é muito unido, conseguimos superar a dificuldade de jogar com menos um. Foi a minha estreia pelo clube que me formou, foram 10 anos nesta casa. Passado alguns anos estou de regresso e estou emocionado com a estreia. Trabalhei imenso para voltar, estou muito feliz pela estreia e pela vitória. Os objectivos são trabalhar no máximo para estar nas escolhas do mister e ajudar o grupo para chegarmos ao fim com o máximo de pontos possível.

 

José Vala, treinador do Caldas

Grande carácter
Ao intervalo disse que parecia que tínhamos o controlo mas eles eram perigosos quando subiam. Não conseguimos fazer o 2-0. Surgiu aquele lance, que penso que é falta do avançado, foi um grande golo. Reagir logo a seguir mostra duas coisas, sorte, não escondo, mas um carácter muito grande destes jogadores. Quero agradecer à claque, são poucos, temos nós que puxar para que venham mais.

 

Pedro Canário, treinador do Eléctrico

Tiros nos pés
Entrámos muito bem, tivemos uma bola na barra, mas os golos que sofremos são sempre tiros nos pés. Na segunda parte tentámos jogar mais directo, marcámos num lance em que o adversário fica com menos um jogador. O Caldas baixou, ficou com um homem na área, é o melhor avançado deste campeonato mas não pode marcar um golo daqueles.