Torres Vedras também não aceita proposta da tutela

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Por estes dias, muitos deverão ser os e-mails a cair nas caixas de correio electrónico da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Ministério e Secretaria de Estado da Saúde com a mensagem “Eu preciso da urgência médico-cirúrgica em Torres Vedras”. Pelo menos é isso que a autarquia torriense espera, depois de ter desafiado os munícipes e utentes do hospital local a manifestarem directamente à tutela o seu descontentamento quanto às propostas que estão a ser discutidas na sequência da reorganização hospitalar da região.
Em comunicado, a autarquia diz que “não concorda” com a proposta que prevê “a extinção da urgência médico-cirúrgica no Centro Hospitalar de Torres Vedras, passando a mesma para o Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, limitando Torres Vedras à existência de uma simples urgência básica”. E na luta pela valência que considera ser fundamental, quer população e autarcas lado a lado.
A contestação a esta proposta levou cerca de mil utentes e funcionários do Hospital de Torres Vedras a manifestarem-se na passada sexta-feira, dia 2 de Março. Uma acção que contou com o apoio dos partidos, tanto da esquerda como da direita. A luta pelas valências levou também à criação de uma Comissão de Utentes de Saúde de Torres Vedras.
Naquele concelho está também a circular uma petição onde se defende que “actualmente ambos os hospitais têm um atendimento em urgência médico-cirúrgica de 250 doentes por dia, sendo os próprios profissionais de saúde de ambos os hospitais a afirmarem que nenhum dos dois tem capacidade para absorver a urgência médico-cirúrgica do outro hospital”.
Na missiva dos torrienses é ainda apontado que com a provável saída de Alcobaça e Nazaré do Centro Hospitalar Oeste Norte, se reduz “substancialmente a área de influência e o número de população que verte para o Centro Hospitalar das Caldas da Rainha”.
Além disso, com toda a região a ser encaminhada para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, “não faz qualquer sentido que um doente urgente seja transportado de Torres Vedras para o Hospital das Caldas da Rainha (40 km) e caso este não consiga resolver o problema, o mesmo doente urgente faça o caminho de retorno”, voltando a passar pelo local de partida.
É por isso que os torrienses querem que se mantenham as urgências médico-cirúrgicas a funcionar tanto no Centro Hospitalar local, como no Oeste Norte. E caso esta solução seja inviável, que esta valência “se mantenha em Torres Vedras”.

Joana Fialho

jfialho@gazetadascaldas.pt

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