Zé Povinho há dois meses já se referiu muito positivamente à plataforma Cr&ativa pela organização do Bazar à Noite, talvez pelo inesperado êxito para muitos, de um evento que veio marcar a vida da cidade neste Verão de 2013.
Dada a repetição em crescendo desse sucesso nos meses de Julho, e agora no de Agosto, Zé Povinho considera que o elogio não se deve limitar às mulheres e homens que tiveram a ideia, mas também a todos os que se associaram e transformaram este evento num marco importante da vida da cidade, que não se via há já alguns anos. É a própria população das Caldas, com pessoas que vieram dos mais variados pontos da região, que está de parabéns por ter participado no Bazar. Isto apesar da divulgação quase envergonhada e apenas utilizando as redes sociais.
Tal como aconteceu há alguns anos com o primeiro festival do chocolate em Óbidos, em que de repente acorreram à vila dezenas de milhar de pessoas (mas neste caso sendo atraídas através de uma campanha promocional de monta nos media nacionais), nas Caldas da Rainha, mesmo sem divulgação, vê-se como as pessoas estão carentes de realizações deste género.
Pena que se continuem a verificar algumas carências a que as autoridades locais deviam dar resposta, nomeadamente com a iluminação, que mostra como a cidade está mal ou deficientemente iluminada, havendo mesmo monumentos centenários que perderam essa mais valia nos últimos anos. Nas zonas onde decorreu desta vez o Bazar viam-se vários candeeiros da iluminação pública desligados.
Também a sinalização do evento e a sua promoção deviam merecer da autarquia mais preocupação, até porque se trata de uma iniciativa sustentável e com propostas de crescimento endógeno da economia local ou regional.
Zé Povinho sabe que o Bazar se deve repetir ainda em Setembro e que a época natalícia também é um momento ideal para uma realização deste tipo a que se podiam associar os estabelecimentos comerciais da cidade que poderiam estar abertos durante a noite nesse dia. Não seria nada de inédito nesse mundo fora, mas para as Caldas era mais uma forma de cortar inércias locais que têm contribuindo para a letargia reinante.
Zé Povinho congratula-se assim com toda a comunidade caldense por ter dado substância e conteúdo a este evento, mostrando que ainda é possível fazer coisas se para tal houver querer. As Caldas da Rainha está de parabéns.
Zé Povinho foi ler as competências da Direcção Geral de Energia e Geologia, que desde a mais recente remodelação governamental saiu do Ministério da Economia para o do Ambiente e viu quais são:
“Tem por missão contribuir para a conceção, promoção e avaliação das políticas relativas à energia e aos recursos geológicos, numa ótica do desenvolvimento sustentável e de garantia da segurança do abastecimento.”
Acrescenta-se ainda que na sua missão se inclui “a necessidade de sensibilizar os cidadãos para a importância daquelas políticas, no quadro do desenvolvimento económico e social que se deseja para o país, informando-os sobre os instrumentos disponíveis para a execução das decisões políticas e divulgando os resultados do seu acompanhamento e execução.”
Daí surge uma interrogação muito pertinente: caberá aos técnicos e responsáveis de topo desta direcção geral, tomar decisões tão impositivas em relação às termas caldenses, como retirar e atribuir concessões das águas termais, ou proibir a utilização imediata do edifício centenário das termas?
Não caberá, em última instância, ao titular da pasta do Ambiente e ao próprio conselho de ministros, decidir politicamente como achar conveniente em função da proposta técnica da Direcção Geral, mas nunca se submeter acriticamente a tal proposta destes serviços?
Zé Povinho estranha que os autarcas caldenses se atarantem numa discussão surreal sem ir ao cerne da questão, que é debater a decisão política que o governo terá que tomar em discussão com as autoridades locais.
Finalmente Zé Povinho constata que Caldas da Rainha está a pagar caro a sua incapacidade para ter pensado atempadamente o problema termal nas várias dimensões e de não estar preparada, técnica e cientificamente, para discutir em pé de igualdade com uns burocratas e técnicos daquela direcção geral.
Assim, parece querer sujeitar-se a uma inevitabilidade, quando em condições normais se estaria perante uma consensualidade devidamente preparada e reflectida.
Zé Povinho não gosta de ver técnicos, por mais credenciados que sejam, impor politicamente decisões técnicas porque isso não é próprio de um regime democrático. Por isso se estranha tanta pressa e a esquisita ausência do poder político central nesta decisão, a não ser que depois da saída do ministro Vítor Gaspar, os serviços estatais estejam em autogestão…
Por isso, Zé Povinho não pode deixar de censurar o comportamento do director-geral da Energia e Geologia, José Alcântara Cruz por esta tentativa de impôr a sua “swap” às Caldas da Rainha.
É que, tal como as verdadeiras swaps, nunca se sabe qual será o custo final…