A proposta aguarda decisão da OesteCIM, proprietária do imóvel, que deverá deliberar no próximo conselho intermunicipal.
A Câmara de Óbidos apresentou uma proposta, no valor de 1 milhão e 80 mil euros, para comprar o Convento de S. Miguel, nas Gaeiras. O processo aguarda apenas enquadramento jurídico na Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), para ser colocado na agenda para deliberação, o que deverá acontecer nas próximas semanas.
De acordo com o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, trata-se de um “património riquíssimo” que justifica o investimento, por parte da autarquia, na sua salvaguarda e recuperação. O imóvel, que data de inícios do século XVII e possui a construção típica de um convento franciscano, tem “condições impares para se poder utilizar, seja em desenvolvimento comunitário, ou outras áreas, como a do termalismo, que queremos explorar”, informou o autarca. A necessidade de reabilitação “é evidente e quantos mais anos passarem maior terá de ser a intervenção”, acrescentou, justificando, assim, aos membros da Assembleia Municipal de Óbidos o objetivo de avançar com a aquisição.
O deputado municipal do PS, Pedro Freitas, reconheceu a importância da aquisição daquele património “qualificado e qualificante” e fez votos para que esta contribua não só para o enriquecimento patrimonial da Câmara mas, principalmente, para dinamização sócio cultural e económica que se pretende nesse território.
O imóvel, que já foi a residência de frades franciscanos e chegou a acolher membros da família real, foi propriedade da Câmara de Óbidos entre 1984 e 1994, ano em que esta o vendeu à então Associação de Municípios do Oeste (AMO), para ali fazer a sede, juntamente com a criação de um museu e um centro de apoio a atividades económicas, o que nunca se viria a concretizar. O edifício, então vendido por 120 contos (600 euros), liquidando uma dívida antiga à AMO, está classificado no Plano Diretor Municipal como espaço museológico.
A associação de municípios fez uma candidatura a fundos comunitários, que permitiram o restauro do edifício, bastante degradado e alvo de diversas pilhagens, assim como do espaço envolvente. Parte dele foi depois alugado à empresa Águas do Oeste, enquanto que na área restante viria a ser desenvolvida uma incubadora de base tecnológica, denominada ABC – Apoio de Base à Criatividade, propriedade da autarquia obidense, que arrendou o espaço por uma década. A incubadora viria a passar para Edifícios Centrais do Parque Tecnológico de Óbidos e também a empresa Águas do Oeste deixou o local, que nos últimos anos apenas é ocupado por eventos pontuais, como a Exposição de Presépios das Gaeiras ou outra iniciativa cultural ou solidária.