Mais de 6400 assinaturas entregues na Assembleia da República

0
781
Gazeta das Caldas - Linha do Oeste
Os elementos da comissão numa acção de esclarecimento na estação das Caldas | Carlos Cipriano
- publicidade -

A petição com mais de 6400 assinaturas a pedir a modernização da Linha do Oeste já foi entregue na Assembleia da República. O documento será agora analisado por uma comissão e na próxima sessão legislativa, depois das férias dos deputados, deverá ser debatida em plenário.
Na passada quarta-feira, 30 de Maio, elementos da Comissão para a Defesa da Linha do Oeste sensibilizaram os utentes para os problemas decorrentes da falta de comboios, que levam à supressão de circulações, bem como sobre a necessidade de avançar rapidamente com a modernização da linha.

A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste entregou no passado dia 28 de Maio uma petição com 6408 assinaturas ao vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão. Os preponentes pedem que a Assembleia delibere no sentido de obrigar o governo a dotar a Infraestruturas de Portugal (IP) dos meios necessários à modernização da Linha do Oeste e a Comboios de Portugal (CP) das disponibilidades financeiras adequadas para a aquisição urgente do material circulante indispensável a um bom serviço de transporte de passageiros.
O documento foi assinado sobretudo por pessoas que residem e trabalham na região atravessada por esta linha, desde o concelho de Sintra até Coimbra. “É um número muito significativo, tendo em conta que as assinaturas foram todas recolhidas pessoalmente”, explicou o porta-voz da comissão José Rui Raposo, acrescentando que as pessoas estão sensíveis a este problema e mobilizadas para defender a linha do Oeste.
A petição irá agora baixar a uma comissão, que a analisará e verificará os pressupostos legais, como o número de assinaturas, para ser levada a plenário. Será designado um relator e os elementos da Comissão para a Defesa da Linha do Oeste ainda serão chamados à Assembleia da República para responder a perguntas dos deputados. De acordo com Rui Raposo, já não será nesta legislatura (que termina em Julho) que a petição será discutida em plenário pois as datas para estes assuntos estão esgotadas.

- publicidade -

OITO COMBOIOS SUPRIMIDOS NUM DIA

A comissão tinha também prevista uma concentração junto à estação dos comboios das Caldas, para o passado dia 30 de Maio em protesto pela alteração dos horários, que previa a supressão de três comboios das Caldas para Coimbra e de outros três no sentido inverso. Contudo, e segundo a comissão, esta alteração não se veio a verificar, devendo os comboios continuar a cumprir os mesmos horários. A comissão teve conhecimento, através do Sindicato dos Ferroviários, que não foram distribuídos novos horários para entrar em vigor (o que tem que ser feito com algum tempo de antecedência), mas não tem conhecimento de nenhuma posição oficial por parte do governo ou da CP.
A comissão aproveitou, então, a data para fazer uma acção de esclarecimento sobre a situação da Linha do Oeste. “Na eventualidade de aparecerem novos horários que não sejam os mais favoráveis, voltaremos para uma acção de protesto”, realçou Rui Raposo.
Por agora, chamaram a atenção dos utentes para a necessidade de mais comboios, pela modernização da linha e contra a supressão de horários. No dia em que decorreu a acção (30 de Maio) os elementos da comissão viram chegar perto do meio dia um autocarro que trazia passageiros de um comboio que deveria ter saído e Torres Vedras às 8h30 e chegado às Caldas às 9h40.
Nesse dia tinham sido suprimidos oito comboios em toda a linha do Oeste.
Rui Raposo referiu a falta de organização e má gestão por parte da CP e denuncia que, com estes atrasos e supressões de comboios, há pessoas que perdem as consultas e outros compromissos e outras que se vêem privadas de sair pois as terras onde vivem não são abrangidas por autocarros.
“Neste momento a cada comboio que circula na linha não temos garantia que ele consiga fazer o percurso e não há alternativa a esse veículo”, disse o responsável, acrescentando que a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) não está a responder às solicitações da CP por falta de mão-de-obra e de material. “Hoje estão a circular três composições para 29 horários”, denunciou Rui Raposo, que acredita que há um favorecimento do transporte rodoviário de passageiros em detrimento do ferroviário.
Para além disso, os elementos da comissão dão ainda conta do facto da CP não estar a aceitar reservas de bilhetes para grupos nesta linha, dando como exemplo uma professora que queria ir a S. Martinho de comboio com os alunos e não o conseguiu fazer.

- publicidade -