
Um estudo da Vasco da Cunha – Estudos e Projectos, SA (a mesma empresa que está a fazer a revisão do PDM das Caldas da Rainha) revela que bastam 17 milhões de euros para tornar a pista do aeroporto militar de Monte Real apta para o tráfego aéreo civil.
Gustavo da Cunha, que coordenou aquele estudo a pedido de um grupo de empresários da região de Leiria, diz que este valor “é metade do que foi gasto em Beja”, para onde, curiosamente, não voam quaisquer aviões civis.
A maior fatia dos 17 milhões de euros destinam-se à compra de terrenos anexos aos aeroporto e à construção dos acessos às pistas e do terminal de passageiros.
“É óbvio que não é de esperar dinheiro público para isto, mas as câmaras da região Centro, principalmente a de Leiria, poderiam constituir um fundo imobiliário destinado a esta infra-estrutura”, disse o mesmo responsável para quem esta solução permite que as autarquias não gastem um cêntimo. “A Câmara de Leiria é que deverá assumir-se como o grande promotor deste projecto”, disse.
O consultor diz que só o turismo religioso com destino a Fátima está estimado em cinco milhões de pessoas por ano, o que ajuda desde logo a rentabilizar este investimento, que serviria essencialmente companhias low cost e charters.
Esta ideia é corroborada pelo presidente da Turismo do Oeste, António Carneiro. “Só para o destino Fátima podemos assegurar mais voos por mês para Monte Real do que voos durante um ano inteiro para Beja”, diz. Parte desses voos poderiam ser feitos por uma companhia aérea do Vaticano vocacionada para destinos religiosos e que já voa com regularidade para Santiago de Compostela e Lourdes (santuários religiosos em Espanha e França, respectivamente) e que está “muito interessada” no mercado de Fátima.
Este responsável diz que Monte Real é “determinante” para o desenvolvimento da região e alerta que este é um investimento que extravasa o actual período de crise, devendo ser pensado a longo prazo. “Quando os bancos ingleses e irlandeses recomeçarem a emprestar dinheiro para segunda habitação, não tenho dúvidas que haverá muita gente a comprar casa aqui na zona, o que aumentará os fluxos que interessam às low cost”, disse.
“NÃO PEDIMOS PARA ESTAR NA LISTA DO PORTELA + 1”
Manuel Queiró, do Fórum Centro, entidade que reúne autarquias e associações empresariais que defendem a abertura de Monte Real ao tráfego civil, diz que este aeroporto não tem nada a ver com a hipótese “Portela + 1” que o governo está a estudar e que consiste em encontrar uma localização para um segundo aeroporto em Lisboa.
“Nós não pedimos para estar nessa lista nem temos ilusões quanto ao resultado desse estudo”, diz o também ex-deputado do CDS-PP na Assembleia da República. Por isso, está à espera da decisão do governo para retomar o diálogo sobre Monte Real fora do contexto do “Portela + 1”
Manuel Queiró diz ainda que o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, não fechava a porta a um investimento privado naquele aeroporto, mas que preferia que primeiro aparecessem interessados para depois poder abrir um concurso público. O Fórum Centro defende um método oposto: abrir concurso público primeiro na certeza de que aparecerão investidores privados.
Carlos Cipriano
Se o dinheiro gasto no aeroporto de Beja foi um desperdício idiota, não é por se gastar só metade que deixa de ser um desperdício idiota.
Idiotice é este putativo aeroporto em Monte Real.
Devesse apostar mais nos distritos do interior. Descentralizar mais competências, serviços e investimentos para fora do litoral do país.
O AEROPORTO DE MONTE REAL IRÁ SER UMA REALIDADE BREVEMENTE PARA BENEFICIO DE TODA UMA REGIÃO E SUA POPULAÇÃO E PRINCIPALMENTE PARA A RIQUEZA DO PAIS QUE TANTO PRECISA