Caldense Marina Almeida organiza viagens mistério

0
740
- publicidade -

Criada em Maio de 2014, a MistripMarina começou por ser um projecto de cinco jovens, entre eles um caldense, que decidiram concorrer a um concurso de empreendorismo da Universidade Católica de Lisboa. Apesar de terem ganho, a idéia ficou apenas em cima da mesa, sem ter avançado. Mas um ano depois Marina Almeida decidiu dar vida ao conceito e abriu a empresa de viagens mistério. Com o objetivo de promover o turismo nacional, Marina tem apostado na realização de viagens em terras portuguesas, nomeadamente por Caldas e Óbidos.
Pioneira em Portugal, e até mesmo na Europa, a Mistrip distingue-se das agências de viagens tradicionais porque não pretende apenas vender uma viagem, mas principalmente planeá-la e personalizá-la ao pormenor, segundo os gostos do cliente. Este, por sua vez, tem à sua escolha vários níveis de mistério porque, como explica Marina Almeida, “não é necessário ser aventureiro para embarcar nesta experiência”.
No primeiro nível, o conceito de mistério é seguido à risca, já que todo o planeamento da viagem, incluindo o destino, fica a cargo da Mistrip. Apenas são revelados o local e a hora de partida.
Depois, no segundo, um nível intermédio, existe a hipótese que um cúmplice compactue com os organizadores e, para quem gosta de arriscar menos, é sempre possível escolher o destino, ao optar pelo terceiro nível.
A empresária, licenciada em Saúde do Ambiente, revelou à Gazeta das Caldas que o nível um tem sido o mais solicitado.
Mas, afinal, como consegue Marina conhecer melhor os seus clientes, de modo a personalizar cada roteiro?
O primeiro contacto com o cliente é geralmente feito através do site da empresa – www.gomistrip.com – embora também possa ser realizado por telefone (914389889) ou email (info@gomistrip.com). Depois de o interessado escolher o nível de mistério que mais lhe convém, é-lhe apresentado um questionário, com o objetivo de traçar as suas preferências em alguns pontos decisivos. O tipo de destino (praia, urbano, montanha, neve, ou rural), os principais interesses e gostos (arte, cultura, natureza, aventura, descanso) ou a estadia (hotel, hostel, acampamento) são algumas das perguntas que orientam Marina Almeida na hora de personalizar cada viagem. Contudo, nada impede que a própria volte a contactar o cliente para apurar mais detalhes.
Até ao momento, cerca de 20 pessoas embarcaram nesta aventura, mas a empresária, que agora está sozinha à frente do projecto, tem nas suas mãos mais de 100 pedidos. O cliente tipo, como explicou Marina, “têm sido jovens casais, que procuram uma nova experiência, diferente do habitual”. Estes fazem parte do conjunto de clientes “Mistrip Love”. No entanto, a empresa também organiza viagens para grupos de amigos (Mistrip Friends), para membros de empresas (Mistrip Company) e, para amigos que queiram organizar uma despedida de solteiro memorável e fora do normal (Mistrip Unmarried).
Apesar de ser uma empresa nacional, a Mistrip também tem sido procurada por bastantes estrangeiros, desde italianos, ingleses, espanhóis e, principalmente, brasileiros. Mais, como o grande propósito da empresa é a promoção do turismo português, sempre que não há um pedido para um destino estrangeiro, Marina opta por viagens em terras lusas. Como revelou à Gazeta das Caldas, “90% das propostas já enviadas a clientes sugeriram destinos nacionais”.
Caldas e Óbidos também são destinos mistério
Dentro do turismo nacional, a jovem empresária de 26 anos não esquece as suas origens. Por reconhecer as potencialidades de ambos os locais, Marina já organizou várias viagens às Caldas e a Óbidos e conseguiu, inclusive, duas parcerias importantes, uma com a GoCaldas e outra com o restaurante Pachá/Casa Antero. Entre os dias 22 e 25 de Outubro, a cidade recebeu dois novos visitantes, um casal, que optou pelo segundo nível de mistério e que teve oportunidade de conhecer a região.
Além destes dois parceiros, a Mistrip conta também com o apoio da empresa EgoTravel, que em conjunto com a promotora de viagens mistério está a trabalhar para que esta possa alcançar outros níveis. Marina Almeida diz que “este é um momento de mudanças” pois o passo seguinte “é chegar às massas, mas sem desmistificar o conceito”. Mais concretamente, a empresa pensa na possível criação de pacotes de viagens mistério, que possam ser vendidos em lugares físicos específicos, para que o contacto com o cliente não seja apenas feito via online. “É um desafio”, esclarece a caldense, “principalmente porque queremos continuar a personalizar cada viagem”.
Deixando o futuro e olhando para o presente, é de observar como a empresa se tem tornado conhecida. Com menos de um ano de existência, já atingiu mais de 5000 likes no facebook, foi à televisão e teve propostas de pessoas que, mesmo em regime de voluntariado, se propuseram a ajudar a empresa, “por ser inovadora e desafiante”.

Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt

- publicidade -