Uma centena de comerciantes quer a reabertura ao trânsito da Rua Heróis da Grande Guerra

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Notícias das Caldas
D.R.

Mais de uma centena de comerciantes do centro da cidade pretende a reabertura ao trânsito da Rua Heróis da Grande Guerra. Uma petição já foi entregue na Câmara pedindo que se faça até ao Natal uma experiência, autorizando a circulação de veículos ligeiros na parte que está encerrada ao trânsito.
Os comerciantes acham que por causa das obras da regeneração urbana é muito difícil circular nas Caldas e é preciso dar melhores condições de acesso ao centro, sobretudo a quem visita a cidade. Além do mais, dizem, a rua não é pedonal pois há dezenas de veículos, com ou sem autorização, que transitam naquela via diariamente. Seja como for, dizem os comerciantes, se esta experiência não for tentada, vão continuar a encerrar lojas nas Caldas.
O presidente da Câmara, Fernando Costa, já tomou conhecimento deste assunto e prometeu levá-lo à sessão de Câmara, mas ainda não o fez.
“A cidade está um verdadeiro caos, com várias ruas fechadas”, disse Paulo Agostinho, da loja Zelu acrescentando que mal se consegue circular. Mesmo para quem conhece as Caldas não é fácil transitar na cidade. “Logo, quem não conhece faz uma ou duas tentativas mas depois vai-se embora”, disse.


A prever que a programada intervenção na Praça da Fruta se prolongue, teme-se a continuação de encerramento de lojas no centro da cidade.
Além da crise, os comerciantes consideram que a falta de circulação na cidade também está a contribuir para menos visitantes. E pedem a colocação de sinalética adequada que sinalize, por exemplo, a existência do parque de estacionamento da Praça 5 de Outubro
”Se nós tivemos que reajustar as nossas empresas à nova situação de crise, a cidade também se deveria reajustar às actuais circunstâncias”, disse Paulo Agostinho, que é o primeiro assinante da petição.
No documento que fizeram chegar à autarquia sugerem que os ligeiros apenas circulem a uma velocidade que não exceda os 30 quilómetros horários por causa dos peões. Não seria permitido estacionar e mantinham-se as mesmas condições para as cargas e descargas. Estas decorrem entre as 6h00 e as 10h00 e das 19h00 às 22h00.
Tudo isto em nome de permitir uma melhor circulação no centro da cidade até porque, relembrou Paulo Agostinho, a oferta comercial da cidade  “é três vezes superior ao seu concelho, ou seja, nós precisamos que venha pessoas de fora às nossas lojas, algo que agora deixou de acontecer”, disse o empresário.
“A maioria quer fazer este teste para ver se a solução é ou não viável pois todas as pessoas têm a noção de que é preciso fazer alguma coisa…”, disse o empresário, recordando que ainda é o comércio que suporta empregos nas Caldas dada a pouca indústria que ainda resta no concelho.

“Só pedimos para fazer uma experiência”

“As pessoas neste momento não conseguem circular na cidade”, disse Maria Amélia Gouveia, comerciante das lojas Mirene e For Men. Queixa-se que também não há sinaléctica suficiente e por isso os clientes “vêm uma ou duas e à terceira vão-se embora”. É por isso que o trânsito deve ser aberto aos ligeiros, até porque  foi sempre contra o encerramento desta importante via “que até está sinalizada como Estrada Nacional nos mapas”.
A empresária até compreende que é interessante para os cidadãos ter ruas para passear sem automóveis,  só que “uma cidade precisa do comércio para sobreviver”.
Vieira Gonçalves, dono de seis lojas de roupa e lingerie no centro das cidade, considera que a reabertura ao transito iria contribuir para desenvolver toda a área comercial. “Fiz  o que pude para evitar o encerramento da rua. É um crime ter esta rua fechada”, disse o empresário, que acha que a cidade “está estrangulada, não tem saída e as pessoas chegam aos correios e não sabem para onde ir”.

A favor da reabertura está também Maria do Rosário Abegão, responsável da loja Bertino. “Estou a favor pois a cidade está completamente deserta e quem não conhece fica sem rumo, sem saber como chegar ao centro”, disse a comerciante, que já teve problemas com transportadoras cujos veículos não conseguiam chegar à sua loja para deixar mercadoria.
E por isso é a favor da reabertura da Rua Heróis da Grande Guerra. “Nós só pedimos para fazer uma experiência até ao Natal para ver se se facilita o acesso ao centro da cidade”, rematou.

Uma rua pseudo-pedonal
A Rua Heróis da Grande Guerra nunca esteve totalmente encerrada ao trânsito. Durante o dia “passam centenas de viaturas autorizadas pela autarquia”, diz Paulo Agostinho. De 20 em 20 minutos passa o autocarro Toma, mas ainda circulam “as viaturas do CTT, as transportadoras de valores que passam e estacionam e ainda há dezenas de outras autorizações de pessoas para estacionar, por exemplo, no Beco do Borralho”, comentou aquele comerciante.
À entrada norte desta artéria, há um agente da PSP que entre as 10h00 e as 18h00 toma conta da rua e não deixa passar os veículos. “Mas se por acaso não está atento, passam todas as viaturas”, disse o empresário. Como tal, a parte rua que é supostamente pedonal “não o é”.

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