A Caixa de Crédito Agrícola nasceu em Alvorninha e hoje abrange Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche

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Fundada em Alvorninha em 1913, a Caixa de Crédito Agrícola das Caldas da Rainha (a que agora se juntaram as de Óbidos e Peniche) comemora amanhã, 4 de Maio, o seu centenário com o descerramento de uma placa comemorativa no balcão sede, uma sessão solene no CCC e uma missa presidida pelo cardeal patriarca, o caldense D. José Policarpo.

Num panorama de crise, a Caixa Agrícola caldense tem-se mantido com bons resultados líquidos apesar dos seus lucros terem caído de 1,2 milhões de euros para 425 mil euros de 2010 para 2011. No ano passado os resultados líquidos foram de 669 mil euros.

Foi em 1913, no período conturbado da I República, que nasceu a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Alvorninha, cujos estatutos foram aprovados em 5 de Abril desse ano.

Num país essencialmente rural, com a esmagadora maioria da população a viver da agricultura, não surpreende que a futura Caixa Agrícola das Caldas da Rainha tivesse nascido numa freguesia do interior do concelho.

Em 1918 esta instituição financeira muda de nome e de sede, passando a designar-se Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vidais, com sede nesta freguesia.

Será em 8 de Maio de 1926, que, por escritura, são alterados de novos os estatutos da instituição, que passará a designar-se Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Caldas da Rainha, passando a sede para esta vila que só subiria a cidade no ano seguinte.

Durante mais de 70 anos este banco manter-se-ia sem grandes alterações, até que em 1996 se funde com a Caixa de Crédito Agrícola de Óbidos. Três anos depois ocorre uma segunda fusão com a CCAM de Peniche, pelo que desde 11 de Fevereiro de 1999 que esta instituição financeira  se designa Caixa de Crédito Agrícola das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche.

Curiosamente a CCAM de Peniche foi também fundada em 1913, oito meses depois da sua congénere de Alvorninha. Já a CCAM de Óbidos data de 1983. Outra curiosidade: a primeira Caixa Agrícola do país foi a de Elvas, fundada em 1910, apenas três anos antes da de Alvorninha.

Com a fusão das três Caixas, a região passou a deter uma instituição bancária de carácter cooperativo com 13 balcões: A-dos-Francos, Alvorninha, Atouguia da Baleia, Caldas da Rainha, Ferrel, Foz do Arelho, Gaeiras, Óbidos, Peniche, Santa Catarina, Santo Onofre, Serra D’El Rei e Usseira.

Nos três concelhos, esta instituição conta com 69 trabalhadores.

A CCAM de Caldas, Óbidos e Peniche tem 5.699 sócios e 44.183 clientes, tendo registado um volume de negócios no final do ano passado de 478 milhões de euros.

No contexto da rede nacional das 84 caixas associadas ao Crédito Agrícola, a que tem sede nas Caldas da Rainha tem um peso de 2,25% no total dos depósitos e de 2,44% no total dos créditos concedidos.

Em 2010 a CCAM das Caldas, Óbidos e Peniche teve lucros de 1,2 milhões de euros, mas a crise provocou um decréscimo abrupto nos seus resultados líquidos, que baixaram para 425 mil euros em 2011, tendo subido para 669 mil euros no ano passado.

Já o volume de negócios não teve uma quebra tão acentuada e manteve-se relativamente estável nos últimos quatro anos (ver quadro).

Quanto ao crédito concedido teve um decréscimo de 3,4% de 2011 para 2012. Há dois anos o crédito concedido foi de 173,3 milhões de euros e no ano passado de 167,4 milhões.

Já lá vai o tempo em que as CCAM tinham a sua actividade centrada no sector agrícola. Hoje são organizações bancárias  praticamente iguais às outras congéneres. A das Caldas, Óbidos e Peniche tinha mais de metade dos créditos concedidos afectos a empresas e ao Estado (Central e autarquias). O crédito à habitação representa 27%. C.C.