A primeira pedra para a construção dos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos foi lançada no passado dia 21 de Janeiro pelo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira. Trata-se de uma obra no valor de 5,4 milhões de euros (comparticipada em 85% por fundos comunitários) que deverá estar concluída ainda durante este ano.De acordo com o presidente da Câmara e da entidade gestora do parque – a Obitec, Telmo Faria, os novos edifícios serão “resposta à crise e aos empresários que não querem gastar o capital com a construção do edifício”.
Coube ao secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, lançar a primeira pedra deste investimento, que neste caso foi feita de uma forma original porque consistiu em mover um peão num jogo de xadrez, numa alusão à estratégia que o jogo implica e que Óbidos pretende ter no concelho. A construção dos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos (PTO), orçados em 5,4 milhões de euros, já começou, com as terraplanagens, devendo estar concluída ainda este ano.
Na cerimónia, governante referiu-se ao PTO como um exemplo para o país, pois foi “um espaço criado de raiz e tem este valor acrescentando que é a possibilidade de criação de mais emprego qualificado e de exportações”, ao invés de outros que existem e que apenas se focaram no desenvolvimento do imobiliário.
O secretário de Estado corrobora da visão do presidente da Câmara na aposta na criatividade e considera que acabou o tempo de se fazerem rotundas, pavilhões e piscinas. “Foram criadas demasiadas infra-estruturas sem competitividade para o país”, disse, defendendo uma aposta num investimento reprodutivo.
Para Carlos Oliveira a cooperação entre as diversas entidades e empresas é fundamental para a criação de um sistema de criatividade e inovação, destacando ainda que é importante criar uma região mais abrangente que o próprio concelho para que se criem complementaridades. “Portugal tem condições e ambição de se tornar um país mais empreendedor”, disse, destacando que regiões como esta, onde continuarão a existir fundos comunitários, serão mais competitivas que outras onde estes apoios se extinguiram.
O governante deixou ainda uma palavra de incentivo à Janela Digital, empresa anfitriã da cerimónia e que foi a primeira a instalar-se no PTO.
O presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, destacou a centralidade do PTO (situado ao lado da A8 e da linha do Oeste, entre Coimbra e Lisboa) que considera poder dar um contributo para o crescimento da região Centro.
Para o autarca, os edifícios centrais que agora começam a ser construídos pretendem ser uma “resposta à crise e aos empresários que não querem gastar o capital com a construção do edifício”. A Obitec – entidade que gere o parque – começou por apostar na venda dos lotes, mas com as dificuldades que o país atravessa, mudou de estratégia e aproveitou a oportunidade de ter 85% de financiamento comunitário para construir os edifícios e, assim, colocar esse apoio “ao serviço dos empresários e da economia”.
Telmo Faria considera que o estímulo à economia tem de mudar e garantiu que a Obitec não se cinge a uma estrutura imobiliária, mas que assenta num modelo de gestão que estão a delinear, de apoio às empresas instaladas.
Para o primeiro ano de actividade dos edifícios centrais, a Obitec pretende dinamizar mais de 20 eventos, de modo a fomentar a comunicação entre as instituições.
A associação vai também apostar na captação de investimento no exterior, que começará pelo Brasil, com acções previstas para São Paulo a partir de Março.
Dirigindo-se ao secretário de Estado, Telmo Faria pediu alguns apoios estatais para a dinamização destes parques, como a possibilidade das empresas aí instaladas terem incentivos fiscais.
O autarca deixou ainda um desafio para os futuros presidentes de Câmara das Caldas e Óbidos para que “olhem para si próprios como um bloco económico”, incentivando ao trabalho conjunto ao nível das sinergias.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Os edifícios centrais deverão estar terminados ainda este ano
Desenhados pelo arquitecto Jorge Mealha, os edifícios centrais do PTO terão uma área total de construção superior a quatro mil metros quadrados, onde houve a preocupação de maximizar a disponibilização de zonas verdes de enquadramento e de fruição. As zonas verdes são maioritariamente plantadas com espécies adaptadas ao clima da região, que requerem uma baixa manutenção bem como uma redução da necessidade de rega.
Os edifícios centrais irão proporcionar um conjunto de serviços de apoio, incluindo salas de reunião, auditório, data center, cafetaria e salas de restauração. O edifício para incubação irá ainda possuir uma biblioteca temática, uma área de prototipagem e experimentação e uma área técnica.
A empreitada para a construção dos edifícios centrais e arranjos exteriores foi adjudicada à empresa MRG, Engenharia e Construção S.A., – seleccionada entre 14 concorrentes que se submeteram a concurso – que já se encontra no local a efectuar trabalhos de desaterro.
F.F.