
Novo espaço permite à empresa chegar diretamente ao público e voltar a trabalhar com o canal Horeca.
A Vários Sabores, Lda abriu a 30 de novembro A Fábrica na Loja, um espaço onde disponibiliza ao público produtos que a empresa já disponibilizava para a grande distribuição.
A loja fica localizada na Rua das Pousias 71, na Zona Industrial das Caldas da Rainha e foi o concretizar de uma ideia que se começou a desenhar ainda antes da pandemia. “Tínhamos pessoas a visitar-nos para comprar produtos, mas não estávamos preparados para ter um ponto de venda direta”, conta Paulo Mateus, diretor geral da empresa.
Para o Natal do ano passado, a empresa decidiu abrir o espaço para fazer venda direta e teve boa adesão, o que permitiu validar o conceito, que ganhou forma com a reformulação efetuada no site da empresa, em maio, que incluiu a criação de uma loja online. “Começámos a ter algumas solicitações e a pensar a sério em criar loja física”, conta Paulo Mateus, acrescentando que a empresa tem uma filosofia “de, quando vemos uma oportunidade, tentamos explorá-la ao máximo”.
Na Fábrica da Loja, podem encontrar-se os principais produtos da Vários Sabores, desde a pastelaria como as famosas tartes, ou os bolos de aniversário, os snacks, as sobremesas, como mousses, cheesecake, ou tiramissù, e os semifrios. A loja disponibiliza, ainda, produtos que a Vários Sabores produz em parceria com outras empresas, como é o caso do Pão da Benedita, marca registada pela empresa que é vendido congelado para finalizar no forno, ou os queijos veganos de caju, que a Vários Sabores está a produzir na unidade da Ribafria. São queijos em formato creme e de cortar à fatia, conjugados com produtos tipicamente portugueses, como azeite que estão a iniciar comercialização nas lojas Celeiro e aguardam certificação Bio para chegarem à grande distribuição. “São queijos biológicos e vegan muito ricos, com uma cultura bacteriana muito avançada que dá sensação quase de um queijo lácteo, ao qual adicionamos produtos da dieta mediterrânica, como o azeite, a azeitona, o alho, os orégãos, o endro, que os diferenciam ao nível do sabor”, salienta Paulo Mateus.
Além do consumidor final, a Fábrica na Loja permite à Vários Sabores voltar a trabalhar com o canal Horeca, que foi, precisamente, o primeiro público da empresa, mas que deixou de ser opção quando a empresa se vocacionou para encomendas de grande quantidade.
“Com a loja, temos armazém em congelado, a fábrica produz para a loja e já podemos fazer expedição à caixa”, refere Paulo Mateus. Como o processo elimina comerciais e distribuição, “temos para oferecer um preço irrecusável e descontos de quantidade que podem ir até aos 20%”, acrescenta.
Além dos produtos da Vários Sabores, a Fábrica na Loja abre ainda espaço para que pequenos produtores tenham um canal de venda, com a condição de serem produtos de cultura saudável ou biológica.
Investimentos
Além da abertura da nova loja, 2022 está a ser um ano de investimento para a Vários Sabores, a vários níveis.
A empresa começou por investir, em março, num novo espaço de armazém. “Estávamos a deparar-nos com os problemas da escassez de matérias primas e da escalada dos preços, investimos em capacidade de armazenagem para 80 paletes, para ficarmos menos expostos a esses fatores”, refere Paulo Mateus.
Além dessa valência, a Vários Sabores investiu ainda na modernização das linhas de produção. “Somos uma empresa que depende muito da mão de obra, mas esse é um bem que escasseia e, por isso, investimos em automatização de alguns processos”, adianta o diretor geral da empresa.
O conjunto dos dois investimentos ascendeu a cerca de 300 mil euros, que vem acrescer ao que a empresa já tinha investido, recentemente, na instalação de uma central fotovoltaica de autoconsumo. A central, constituída por cerca de 130 painéis fotovoltaicos, reduziu em cerca 20% a dependência energética da empresa e poupar a emissão de 25 toneladas de CO2 para a atmosfera.
“A sustentabilidade energética é um tema que importa a todas as empresas e nós não somos exceção. Foi um investimento que fizemos na altura certa, antes da subida dos preços da energia, e estamos agora a estudar investir em baterias para completar o sistema, de modo a caminhar para a autossuficiência”, acrescenta Paulo Mateus.