O mercado imobiliário na região está em fase de abrandamento, depois de um grande crescimento nos últimos anos. A estagnação deve-se à falta de imóveis para a procura, quer para compra, quer para arrendamento. Os mediadores também querem mais formação nesta área

O mercado imobiliário no Oeste está numa fase de estabilização, depois do forte crescimento sentido nos últimos anos. É este o retrato que fazem três mediadores imobiliários da região contactados pela Gazeta. São vários os factores que contribuem para esta leitura. Bruno Rodrigues, Margarida Lopes e Francisco Cera são unânimes em considerar que existe pouco produto para a oferta existente, o que se passa tento no mercado da compra e venda, como do arrendamento. A escassez de habitação disponível provoca o inflaccionar dos preços, o que traz problemas acrescidos. “A banca está a travar um pouco o mercado com a política de avaliações e financiamentos”, refere Bruno Rodrigues. Recorde-se que a legislação obriga quem compra imóvel a ter pelo menos 10% do capital. Além disso, a banca só financia uma percentagem da avaliação do imóvel.
Os mediadores referem que há procura tanto para primeira como segunda habitação na região, tanto de portugueses como estrangeiros. Margarida Lopes acrescenta que existe procura equilibrada entre apartamentos e moradias. Há igualmente um crescimento na procura de terrenos para construção, pela falta de moradias novas para venda.

FALTA PLANEAMENTO

Francisco Cera é mediador imobiliário há cerca de 40 anos e está habituado às flutuações que são característica deste sector de actividade. “O imobiliário tem ciclos altos e baixos, como a economia, além de estar muito ligado à abertura da banca ao crédito”, afirma. Esta inconsistência poderia ser controlada com alguma intervenção pública ao nível do planeamento, considera o empresário. “As autarquias deviam fazer um levantamento das necessidades que existem em termos de obras e habitação e emitir as licenças de construção em razão disso”, defende. Não existindo esse tipo de planeamento, é exclusivamente da iniciativa privada que depende a oferta de imóveis, o que resulta em períodos em que há muita oferta e pouca procura, ou o inverso. Outro dos problemas do sector é a falta de formação. O facto de o sector funcionar muito por picos, quando o mercado está em alta são admitidas muitas pessoas para trabalhar nas vendas e angariação de imóveis, mas não estas pessoas não têm experiência e não recebem formação, o que constitui . “Estamos a vender casas às pessoas onde elas querem viver com conforto e segurança, constituir família. É um investimento muito sério, não se pode vender por vender”, sustenta, acrescentando que isso descredibiliza a actividade. Margarida Lopes reforça esta debilidade do sector da mediação, acrescentando que se torna “necessário fiscalizar e actuar contra quem põe em causa a credibilidade dos profissionais do sector”.

Negócios Apetecíveis

A Gazeta publica nesta edição, nas páginas centrais e em forma de “classificados”, uma verdadeira Bolsa do Imobiliário do Oeste, apresentando dezenas dos imóveis mais apetecíveis no mercado. A oferta é variada e reflecte a procura que se faz sentir nos concelhos da região, que têm sabido contornar os problemas do sector e facilitar a vida às famílias que pretendem encontrar uma nova casa, mas também a quem pretende investir no imobiliário.