O sector premium destina-se sobretudo a estrangeiros

O mercado premium tem vindo a ter grande procura no Oeste. A localização, o clima e a segurança são alguns dos motivos para a escolha, assim como o baixo custo de vida

“Até em tempos de crise se vendem Ferraris”, faz notar João Carlos Costa, agente imobiliário há cinco anos, que se especializou no segmento premium há dois.
“A procura tem vindo a aumentar nesta região, sendo que no ano passado estabilizou um bocadinho”, salientou. Os principais motivos que levam alguém com muito dinheiro a escolher esta região prendem-se principalmente com a localização central a nível do país e, simultaneamente, litoral e próxima da capital (e do aeroporto). Por outro lado, o clima ameno, a segurança e paz que encontram no Oeste e o baixo custo de vida de Portugal também são factores chave no momento da escolha. “Quem tem dinheiro procura a Lagoa e o mar”, revela João Carlos Costa. Neste segmento negoceiam-se casas acima dos 300 mil euros e quem as compra são, na grande maioria, estrangeiros. Os belgas, os franceses, os ingleses e os alemães são alguns dos principais compradores, mas nos últimos tempos tem-se sentido um incremento grande por parte de cidadãos brasileiros e de alguns países africanos que querem investir em Portugal. Além da localização (e dos outros factores enumerados), as próprias casas têm requisitos óbvios, ao nível do conforto. Desde o design aos acabamentos tudo tem de ser de primeira qualidade. E depois há os pequenos luxos para uma vida mais feliz, como uma piscina. Nos últimos tempos, este agente imobiliário tem sentido uma tendência: é que “actualmente já existe procura de propriedades e vontade de construir, o que não acontecia antes, em que a procura era por coisas já feitas”, disse. Neste caso, os investimentos são sempre superiores a meio milhão de euros. Segundo o mediador imobiliário, mais de 90% destes compradores são reformados, que depois de uma vida de trabalho vêm gozar as suas reformas na pacatez do Oeste.