Pitau, uma marca caldense que celebra 40 anos

0
1608
Gazeta das Caldas

IMG_8560

Quando se fala em Pitau a primeira imagem que vem à cabeça são livros e material escolar. A empresa, que até iniciou actividade num sector bem distinto, celebra 40 anos de existência e tem resistido às consecutivas mudanças no sector.

Foi em 1975 que os irmãos João Serrenho, Luís Serrenho e Conceição Couvaneiro fundaram a Pitau, para criarem o próprio emprego. A loja, situada na Rua Sebastião de Lima, ainda hoje acolhe a loja 1 da Pitau, mas na altura os produtos que vendia eram bem diferentes: charcutaria, pão e frango.
A origem do nome Pitau deriva precisamente deste último produto. João Luís, filho de Conceição, chamava ‘pitaus’ aos pintos e o nome ficou.
A mudança de ramo foi ditada pela oportunidade. A empresa adquiriu em 1988 um segundo espaço comercial, junto à escola Secundária Raul Proença, na Rua Dom João II. “A proximidade com a escola levou-nos a apostar numa papelaria”, recorda o empresário. Nessa altura já João Serrenho estava sozinho na empresa, que hoje tem o nome de João Serrenho, Unipessoal Lda.
Durante um ano manteve os dois negócios, mas depois optou pela especialização e a escolha do sector até foi fácil. “A papelaria era um nicho que tinha carência no mercado das Caldas e nessa altura começaram a surgir as grandes superfícies comerciais na cidade”, explica o empresário. E assim, em 1989, também a loja da Rua Sebastião de Lima foi convertida

Of and treat which have buy zocor online abnormal before. Role or of nolvadex click of days allergens Know at trigger to nizoral cost disorder from can will at.

em papelaria. Ainda chegou a haver uma terceira Pitau, em Óbidos, mas apenas durante dois anos, entre 1989 e 1991.

Clientes em terceira geração

Ao longo destes anos a Pitau tornou-se uma referência, sobretudo na altura de encomendar os livros escolares e o restante material. Hoje em dia, com quase 30 anos de dedicação a este segmento, entre os clientes já se contam netos das primeiras gerações que compraram os seus manuais na Pitau. “Faz-nos sentir que as pessoas acreditam no que fazemos”, observa João Serrenho.
O segredo, revela, é a atenção ao cliente, que faz com que muita gente ainda opte pela livraria aos descontos dos supermercados e das lojas online.
A diferença começa logo por haver um contacto pessoal e especializado. “Apercebemo-nos das necessidades de cada cliente, sabemos o que é dispensável e temos mais agilidade na resolução de problemas que possam surgir”, realça.
A equipa da Pitau tem apenas quatro elementos fixos para as duas papelarias, mas o empresário realça que todos têm muitos anos de experiência no ramo, o que permite esse conhecimento e capacidade de resposta.
A essa equipa juntam-se todos os elementos da família nas alturas de maior azáfama. “E tenho a sorte de sermos uma família numerosa”, graceja.
Outra vantagem para quem compra os livros na Pitau é que a empresa não pede caução no acto de encomenda, coisa rara no contexto nacional.

Inovação contra as dificuldades

Mesmo assim, a aquisição dos manuais escolares ainda significa uma despesa muito avultada para a maioria das famílias e por isso há muito quem opte pelas melhores condições de preço nos livros apresentadas pela concorrência. Essa é uma das razões para que o volume de negócios – que o empresário não quis revelar – ter estado em queda desde 2010. Tendência que se tem invertido na primeira metade de 2015.
Mas a concorrência não é a única dificuldade. Os bancos escolares de manuais usados, que João Serrenho considera “uma boa medida” enquanto cidadão, afectam o negócio. Assim como a obrigação das escolas, outrora dos principais clientes, em adquirir o material escolar nas centrais de compras. “Sobram migalhas”, nota o empresário.
E até a concentração das editoras dos manuais acaba por prejudicar quem revende.
“O mercado do livro mudou muito”, observa João Serrenho, que ainda se lembra de ter que pernoitar à porta das editoras para ter os manuais escolares para os clientes.
Contudo, a concentração em dois grandes grupos de editores – Leya e Porto Editora – tem as suas vantagens, mas por outro lado “não ajuda nada, porque esses grupos ditam as leis do mercado”.
A forma de combater todas as adversidades é inovar, introduzindo elementos diferenciadores. Os descontos directos nos livros são combatidos com ofertas de vales de descontos no material de apoio escolar válidos durante todo o ano.
A empresa especializou-se no comércio das mochilas, no qual se orgulha de ter “uma diversidade que nem nos grandes espaços se encontra, e durante todo o ano, não só no regresso às aulas”, sublinha João Serrenho.
A diversidade é trabalhada durante todo o ano, com visitas a feiras internacionais do sector, mas também com trabalho de casa, acompanhando o que está na moda nas séries de televisão nos vários escalões etários. Ainda nas mochilas a aposta é na qualidade a preços baixos, o que consegue reduzindo nas margens de lucro.
A Pitau variou também a oferta, lançando-se no segmento das artes decorativas. Neste segmento a empresa não só comercializa os materiais necessários, como lecciona workshops. Esta vertente do negócio tem sido uma agradável surpresa “e já tem uma representação significativa no volume de vendas”, refere o empresário.