Rebelos & Nunes Lda. antecipou a crise e celebra 25 anos em crescimento

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Gazeta das Caldas
Luís Nunes e Claudino Rebelo são os rostos da Rebelos & Nunes Lda., que comemora 25 anos no dia 1 de Junho | Isaque Vicente
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Entre 2008 e 2013 a firma caldense Rebelos & Nunes, Aquecimentos, Lda. viu a sua facturação a cair ano após ano, até atingir o pior resultado de sempre. A explicação é simples: os serviços da empresa dependem em grande parte da construção civil, que esteve parada. Foi a diversificação da oferta de serviços e a aposta em materiais mais caros que permitiu aumentar o volume de negócio, que a partir de 2014 voltou a crescer até atingir, em 2017, um valor superior a um milhão de euros.

A 1 de Junho deste ano a empresa Rebelos & Nunes Aquecimentos, Lda. celebra o seu 25º aniversário. Criada em 1993 por três sócios em Salir de Matos, onde ainda mantém o seu espaço original, a Rebelo & Nunes Lda. soube antecipar a crise.
Na viragem do milénio os sócios deslocaram-se à Alemanha para tentar perceber o que seria o mercado nacional no futuro, tendo visitado empresas da área do aquecimento e climatização. Concluíram que a tendência da construção civil já não passava por construir tantas casas novas, mas sim por uma forte aposta na recuperação das existentes.
A crise que entretanto se abateu sobre o mercado nacional veio comprovar isso mesmo. A construção civil estancou e quando veio a retoma, os primeiros sinais foram na recuperação de edifícios.

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Claudinho Rebelo e Luís Nunes orgulham de não terem recorrido aos despedimentos durante os anos mais difíceis, mas, ainda assim, houve dois trabalhadores que saíram. Mas esses dois postos de trabalho foram entretanto ocupados e a firma mantém o mesmo número de trabalhadores, que são 11.
A diversificação de serviços, com aposta nos ares condicionados e nas bombas de calor – que aumentam o volume de negócio – ajudaram. Depois, foi a própria tendência da economia com a retoma parcial da construção. “Aumentou o volume de trabalho, de há dois anos para cá nota-se um acréscimo, muito pelo investidor estrangeiro que compra casas construídas sem conforto e investe, mas que também constrói novo”, notou Luís Nunes.
O facto de a empresa ter há vários anos serviços no sector terciário, como hotéis, parques de campismo, lares e alguma indústria, foi também um trunfo para passar a crise, porque são áreas que “têm sempre movimento”.
O último trunfo, acreditam os empresários, está ligado à manutenção dos clientes. “Temos assistência própria de tudo o que vendemos e isso cria uma ligação com os clientes, muitos dos quais se mantém há mais de 20 anos”, afirmou Luís Nunes.
Não se pense, ainda assim, que foram tempos fáceis. Foram cinco anos bastante negros: “entre 2008 e 2013 além da queda no volume de negócios, ficaram 200 mil euros na rua em serviços não pagos”. Isto devido especialmente a construtores que faliram ou desapareceram.
Esta combinação de factores levou a que os sócios recorressem à banca para salvar o negócio e, ultrapassada a crise e aberta novamente a torneira do crédito, os empresários não deixam de criticar a postura dos bancos, que condicionaram o financiamento precisamente quando ele mais fazia falta.

ENERGIA SOLAR EM CRESCIMENTO

O forte do negócio da Rebelos & Nunes Lda. é o aquecimento e a climatização, mas também fazem instalações de piso radiante, águas sanitárias e gás, bem como sistemas de energia solar. Depois do boom de 2009 e 2010, em que havia apoios para a instalação, e da consequente estabilização, a aposta na energia solar voltou a “aumentar muito desde que passou a ser obrigatória na legislação para novas habitações”.
O grosso do negócio da empresa está concentrado nesta região, mas também têm muitos serviços em Lisboa, sendo que, na maioria dos casos, se trata de obras de construtores caldenses.
A Rebelos & Nunes Lda. nasceu em 1993 pela mão de três sócios: Claudino Rebelo, Luís Nunes e Valério Rebelo. Em 2004 este último cessou a sua quota e a empresa passou a ser detida pelos outros dois sócios.
A sociedade surge devido à forte procura de soluções de aquecimento que estava a acontecer fora das grandes cidades no final da década de 80.
Claudino Rebelo já conhecia bem este negócio porque tinha-o aprendido em França com o pai, Hermínio Rebelo, que trabalhou numa empresa do ramo dos aquecimentos.
A ligação com o sócio que ainda hoje se mantém dá-se por motivos familiares: é que Claudino é cunhado de Luís Nunes, que antes de se lançar nesta sociedade, trabalhava numa cooperativa agrícola.
Quem fez desenvolver o mercado nacional, ao procurar opções de aquecimento, foram maioritariamente os emigrantes do Canadá e Estados Unidos. Isto porque muitos deles estavam ligados à construção civil e não trabalhavam entre Dezembro e Fevereiro, aproveitando para tirar férias na terra Natal. “Chegavam cá e as casas não estavam preparadas para o frio, tal como as que tinham lá, pelo que investiam nesta área”. Depois veio o efeito contágio para os que cá viviam.
De 1993 para cá, muito mudou. Do saber empírico, a empresa passou para as qualificações técnicas. Foi já em 2011 que a Rebelos & Nunes Lda. abriu o actual espaço, na Avenida General Pedro Cardoso, mas ainda mantém o primeiro escritório que abriu na cidade, no Bairro do Ponte. “Temos a porta aberta e estamos cá para resolver problemas, é a nossa forma de estar”.
Além disso, os sócios valorizam o contacto pessoal com os clientes e orgulham-se de dizer que vendem “soluções adequadas a cada um e não só marcas e equipamentos”.
Para o futuro o objectivo é manter a estabilidade com o actual quadro de funcionários. “As empresas são o conjunto de todos os que lá trabalham e os nossos funcionários fizeram sacrifícios que agradecemos, com anos sem aumentos, mas com a manutenção dos empregos”, realçou Luís Nunes.

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